quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Vantagem não ilude Jayme, que blinda time e avisa: 'Não tem oba-oba'


Jayme de Almeida Flamengo x Atlético-PR (Foto: André Durão / Globoesporte.com)A empolgação é natural. Com o 1 a 1 na Vila Capanema, o Flamengo entra na grande decisão da Copa do Brasil, diante do Atlético-PR, quarta-feira, no Maracanã, como campeão. Apoiado por cerca de 70 mil torcedores, o 0 a 0 basta para o tricampeonato, tanto que os 1.700 adeptos do time carioca deixaram o Durival Britto profetizando: "Vamos ser campeão (sic), vamos Flamengo". A empolgação, no entanto, não encontrará eco no elenco. Pelo menos, é o que garante Jayme de Almeida.

Ainda no gramado do estádio onde minutos antes Marcelo e Amaral deram números finais ao primeiro jogo da decisão, o treinador fez questão de conter o otimismo em concorrida entrevista coletiva. Ciente do histórico que aponta para três empates nos primeiros jogos das três decisões que o Fla perdeu na Copa do Brasil - dois deles fora de casa -, Jayme prometeu pés no chão e se mostrou tranquilo ao dizer que este tipo de postura sem sido a tona de sua equipe na competição.

- Nosso time foi muito maduro durante todo o torneio e não vai ser diferente. Eles sabem, já conversamos e repito: não ganhamos nada. Não tem oba-oba. Vamos trabalhar com muita cautela e respeito aos outros. A vantagem da torcida é muito grande, mas a torcida não vai entrar em campo e definir o jogo. Quem vai definir, somos nós em campo.

Jayme de Almeida garantiu também que a equipe não deixará se levar pela empolgação da torcida na próxima quarta-feira. Ciente de que o torcedor vai para o Maracanã disposto a ver um time ofensivo, o comandante rubro-negro alertou para as características do Atlético-PR e deu a entender que, apesar de não entrar para defender o 0 a 0, o Fla vai ser um time precavido.

- Nosso grupo está bem consciente e sabe que não pode ser afoito. Temos que ter cautela contra um time muito qualificado no contra-ataque. Eles mostraram isso e em duas ou três bobeadas que demos foram muito rápidos. Que sirva de lição para nos empolgarmos. A torcida vai ajudar, mas temos que ter cuidado e responsabilidade para manter a atenção nos 90 minutos e não perder o título em contra-ataques.

Com o empate no Durival Britto, em Curitiba, o Flamengo joga por um empate sem gols para ser tricampeão da Copa do Brasil. Em caso de novo 1 a 1, a decisão será nos pênaltis. Igualdade a partir de 2 a 2 dá o título ao Atlético-PR, que também será campeão com qualquer vitória.
Confira a íntegra da entrevista do técnico rubro-negro:

O resultado
- Como falei após o Goiás, foi o primeiro jogo, sabíamos que ia ser muito difícil, como foi, mas o time se portou como um grande candidato a esse título. Jogou de igual para igual aqui no Paraná e estamos felizes por ver o time corresponder as expectativas. Jogamos com amor, com dedicação, todo mundo fez o que se propôs a fazer e fez bem. Não ganhamos nada ainda. O Atlético é qualificado, muito perigoso nos contra-ataques, respeitamos isso, mas o empate nos dá muita força para o jogo do Rio.

Vantagem
- Fazer um gol no campo do adversário ajuda muito, mas não vejo grande vantagem. Vai ser um jogo difícil, contra um adversário que respeitamos e vai dar trabalho. Vamos para o Maracanã com a nossa torcida, que esteve aqui (em Curitiba) e foi fantástica. Ficou no canto, mas gritou, puxou, e eles vão nos ajudar com certeza.

Possibilidade de 0 x 0 para ser campeão
- Nosso grupo está bem consciente e sabe que não pode ser afoito. Temos que ter cautela contra um time muito qualificado no contra-ataque. Eles mostraram isso e em duas ou três bobeadas que demos foram muito rápidos. Que sirva de lição para nos empolgarmos. A torcida vai ajudar, mas temos que ter cuidado e responsabilidade para manter a atenção durante os 90 minutos e não perder o título em contra-ataques.

Problemas de Chicão e André Santos
- Não tenho (uma posição do departamento médico). O André foi uma torção de tornozelo e o Chicão sentiu o músculo. Não conversamos ainda, é muito cedo, mas temos uma semana para tentar melhorar esses dois atletas. O que achei legal foi que botamos no decorrer do Brasileiro esses meninos que entraram e deram conta do recado. O ritmo não caiu, e eles estão de parabéns.



Escalação contra o Corinthians

- Acho que o Flamengo precisa de pontos no Brasileiro, não está afastada a possibilidade de rebaixamento. Muito pelo contrário, está bem apertada, e vamos colocar todo mundo que estiver bem para jogar. É um jogo importante, no Maracanã, contra o Corinthians e vamos tentar definir a nossa vida.

Ansiedade para o jogo de volta
- Não tem ansiedade, não. Nosso time foi muito maduro durante todo o torneio e não vai ser diferente. Eles sabem, já conversamos, e repito: não ganhamos nada. Não tem oba-oba. Vamos trabalhar com muita cautela e respeito aos outros. A vantagem da torcida é muito grande, mas a torcida não vai entrar em campo e definir o jogo. Quem vai definir, somos nós, em campo.

Tranquilidade após sair atrás no placar
- O time tem uma forma de jogar, que começamos a tentar implantar a partir do jogo contra o Botafogo na Copa do Brasil. Ali, a coisa começou. Tivemos maturidade e humildade. Respeitamos todos e chegamos na final.

Gol do Amaral
- O Amaral é um jogador de marcação, mas tem um chute muito forte. Ele não tem calibrado bem, erra muito às vezes. Teve um jogo no Maracanã que ele chutou e passou rente ao travessão. Acertou um belo chute e está de parabéns. Nada é por acaso. Temos que trabalhar, sermos perseverantes, e ele está sendo.

Volta por cima de Amaral
- O que o Amaral nos dá nos 90 minutos é uma marcação fortíssima, velocidade para cobrir os zagueiros, e isso facilitou o trabalho tanto da zaga quanto do meio-campo, que fica mais tranquilo para apoiar. É um rapaz que trabalhou muito dentro do clube, é um exemplo para todos e ficou quatro meses sem nem entrar na lista de concentração, mas nunca deixou a peteca cair. Tem uma finalização forte, erra muito, mas tem treinado isso. Acertou um chute fantástico e nos deu o empate.

Importância do título para carreira

- Já falei que a responsabilidade de ser técnico do Flamengo é algo muito bacana na minha vida. Ir para final, com ele cheio, isso cresce muito. Mas estou tranquilo, feliz por poder estar lá quarta-feira que vem, e fazer o melhor. Ser for para sermos campeões, vamos ser.

Volta por cima do elenco

- Falou-se muito desse elenco, falou-se muito mal, mas esses meninos estão provando que não é bem assim. Independentemente de ganharmos ou não o título, o que eles fizeram na Copa do Brasil foi fantástico. Faltou um pouco de respeito, ninguém está à toa no Flamengo, e eles nos mostraram isso. Está sendo difícil, mas dou os parabéns por eles superarem tudo isso.

Felipe
- Primeiro, tenho que dar os parabéns ao departamento médico do Flamengo e preparadores físicos. Ele trabalhou, no treino em Porto Alegre conversamos, e todos disseram que o Felipe estava bem, pronto e confiante. O Paulo é um menino que jogou quando preciso, foi fantástico, mas expliquei a ele que o Felipe saiu por lesão. Entrou e foi bem.

Comportamento até a próxima quarta
- Vamos manter a tranquilidade de todos os jogos. Temos que esquecer a Copa do Brasil e pensar no jogo dificílimo contra o Corinthians. Temos que botar o foco no Brasileiro, não tem jeito, e enfrentar o Corinthians, que respeitamos. Não vamos poupar ninguém, só quem estiver machucado.

Consagração como técnico
- O técnico do Flamengo é conhecido nacionalmente, a visibilidade é maior, mas, para mim, não muda nada. Sigo sendo o mesmo Jayme, tranquilo, e respeito quem vem falar comigo. Faz parte do cargo e temos que respeitar o torcedor, que é fantástico e aprendi a gostar desde garoto. Sobre o futuro, não sei. Falam, falam, falam, mas meu compromisso é até dia 8 (de dezembro). Estamos procurando fazer tudo da melhor maneira possível. Estou lutando para entregar o Flamengo em uma situação muito boa.

Promessa de Wallim por permanência
- O que estão falando, ninguém me falou. Não posso ficar especulando. O que acertei foi até dia 8. Trabalho em cima disso e dou o meu melhor para ficar de cabeça erguida. Depois, vamos conversar. Sou funcionário do clube.


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