segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sem patrocinador master, Fla faz agrado em meio à crise financeira

Em meio à crise financeira e às novelas sobre contratações, o Flamengo espera e precisa de reforço na posição mais carente do clube: o cofre. Assim como aconteceu na temporada passada, o Rubro-negro está em o patrocinador master. E sem dinheiro. Mas, na esperança de fechar novo contrato com a Procter & Gamble, o clube faz um agrado. Apesar de ter retirado as marcas da Gillete e da Duracell da camisa – mantendo apenas a BMG e TIM – foi mantido os nomes dos produtos no painel onde os jogadores concedem entrevistas e que serve de fundo para matérias de televisão e fotos, o que gera propaganda gratuita.

- Enquanto estamos negociando decidimos manter as marcas - explicou o coordenador de marketing Cláudio Fontenelle, que acompanha a delegação em Londrina.

Ronaldinho Gaúcho treino Flamengo (Foto: Cezar Loureiro / Agência o Globo) 
Ronaldinho treina em Londrina. Camisa não traz marcas da P&G (Foto: Cezar Loureiro / Agência o Globo)

Como aconteceu na estreia de Ronaldinho Gaúcho em 2011, o clube tenta fechar com algum patrocinador pontual para o amistoso com o Corinthians, no próximo domingo. Isso porque o jogo será televisionado.

O contrato com a Procter & Gamble chegou ao fim no dia 31 de dezembro, e o clube busca um parceiro para a nova temporada. O vínculo com a P&G durou quatro meses e rendeu ao clube R$ 5,6 milhões e uma polêmica. A agência 9ine, que tem Ronaldo Fenômeno como sócio, intermediou a negociação na época e gerou uma crise entre o Rubro-Negro e a Traffic. A empresa de marketing esportivo, parceira na contratação de Ronaldinho Gaúcho, não recebeu um centavo sequer pelo negócio.

Alex Silva coletiva Flamengo (Foto: Janir Junior / Globoesporte.com)
É possível que um novo acordo com a P&G seja firmado para este ano, desta vez com garantia de repasse financeiro para a Traffic. As conversas começaram em novembro. A presidente Patricia Amorim chegou a jantar em novembro com Ronaldo Fenômeno para encaminhar a renovação. No dia 28 de dezembro, clube e agência voltaram a se encontrar.

O uniforme de treinos não tem mais as marcas Duracell e Gillette. No entanto, as placas de publicidade do antigo anunciante continuam nos campos do Ninho do Urubu.

Atualmente, a BMG, que estampa as mangas da camisa, paga R$ 8 milhões ao Rubro-Negro. Já a TIM, que coloca sua marca nos números, paga R$ 2 milhões.

Atrasos, adiantamento de R$ 20 milhões e parcelamentos

O acerto com o patrocinador master serviria para aliviar, pelo menos um pouco, a asfixia financeira que assola o clube. Grande parte dos jogadores está com direitos de imagem e luvas em atraso. Neste domingo, Alex Silva confirmou a dívida. O clima não é de extrema leveza.

A presidente Patricia Amorim encaminhou ao Conselho Fiscal documento pedindo adiantamento de R$ 20 milhões para 2012. Em 2011 foram R$ 40 milhões de antecipações bancárias que aliviaram problemas de momento mas comprometeram ainda mais o orçamento para o futuro.

Os cofres vazios também prejudicam nas contratações. Na semana passada, representantes do CSKA consideraram inadequada a proposta do Flamengo para contar com Vagner Love. Segundo o porta-voz do clube russo, Serguei Asenkov, o Rubro-Negro ofereceu pagar R$ 14,5 milhões aos russos parcelados em cinco longos anos. O crediário não agradou e o clube precisou rever seus conceitos e cifras.

A novela de Thiago Neves também esbarrou em ofertas de parcelamentos que não agradaram ao Al Hilal. O Flamengo sugeriu o pagamento de R$ 18 milhões em dois anos e meio. Mas, diante do impasse, reduziu para poucas parcelas, aumentou a proposta e aguarda um desfecho positivo.

Procurado pela reportagem, o vice-presidente de finanças do Flamengo, Michel Levy, não atendeu às ligações. Os jogadores com atrasos nas luvas e direitos de imagem reclamam da dívida e também da falta de uma posição da diretoria.

Segundo documento enviado pela presidência ao Conselho Fiscal, o orçamento do Rubro-Negro para 2012 é de R$ 203 milhões.

Mas as contas parecem não chegar a um denominador comum. A crise coloca em risco um ano importante para o Flamengo, um clube rubro-negro que, no momento, está mais para o vermelho. Pelo menos, nas contas.


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