quarta-feira, 2 de março de 2011

De cabeça fresca, David e Welinton transformam pressão em sorrisos

Eles são mais do que colegas de trabalho. São amigos, parceiros e até parecidos. A semelhança física, aliás, é um dos poucos temas em que David e Welinton discordam. Tudo com bom humor.

- Eu tirei o corte moicano. Somos muito diferentes – brincou David.

- Olha para mim e olha para ele (risos) - devolveu Welinton.

Zagueiros David e Wellinton do Flamengo (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)Welinton e David curtem a boa fase: amizade e sonhos em comum (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
 
A dupla de zaga do Flamengo está com sorriso aberto e cabeça fresca. O título da Taça Guanabara reforçou a confiança. Não foi o primeiro. Ambos participaram da campanha vitoriosa no Brasileirão de 2009. David, inclusive, fez gol na última partida. Naquela temporada, Welinton fora promovido a profissional. Jogavam juntos vez ou outra.

- Cheguei no meio de 2009, e o Welinton começou a jogar entre os profissionais no início de 2009. Treinamos juntos na equipe de baixo, mas agora chegou a nossa vez. Hoje, formamos a dupla de zaga do Flamengo e tem dado certo. Queremos manter, ganhar mais títulos. Sabemos como é bom ser campeão aqui. Estamos felizes com o que tem acontecido neste início de temporada. Trabalhamos muito para ter essa oportunidade, com muito esforço – destacou David.

O convívio, segundo eles, melhora a cada dia. Quando estão juntos, se divertem e tentam fortalecer a parceria. Foi assim no descontraído encontro na praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Antes da conversa com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM, uma série de brincadeiras entre as poses para o fotógrafo.

- Começamos a jogar juntos no momento certo. O professor (Vanderlei Luxemburgo) deu essa oportunidade e temos trabalhado firme para a cada jogo pegar mais confiança, mais tranquilidade dentro de campo. Um aprendendo com o outro, sabendo o que cada um tem de melhor. Isso foi coroado com esse título da Taça Guanabara. Temos amizade dentro e fora de campo. Procuramos ter conversas dentro da concentração, observar os outros jogos, as características dos outros jogadores. Isso ajuda bastante. Dentro de campo é tudo muito rápido. Temos de olhar um para a cara do outro e já saber o que tem de fazer para tirar o melhor – contou Welinton.

Zagueiros David e Wellinton do Flamengo (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com) Os números jogam a favor. Em dez partidas (uma pela Copa do Brasil e nove pelo primeiro turno do Carioca), a defesa sofreu cinco gols. Computando apenas o estadual, o Flamengo de 1999 sofreu cinco gols em suas nove primeiras partidas, assim como em 2001 e 2011. Dessa forma, este é o melhor desempenho da zaga rubro-negra nos últimos 13 estaduais.

A retaguarda é defendida com unhas e dentes por Luxa. Depois da vitória por 1 a 0 sobre o Boavista, o técnico lançou a ideia de que a defesa rubro-negra está entre as melhores do país. Uma análise do desempenho dos 20 times da Primeira Divisão em seus respectivos campeonatos estaduais aponta que Palmeiras (dez jogos) e América-MG (cinco jogos) sofreram quatro gols. Assim como o Flamengo, Cruzeiro (cinco jogos) e Corinthians (dez) sofreram cinco. As estatísticas impulsionam David e Welinton a tentarem ser os melhores do Brasil no setor.

- É possível, sim. Se você olhar, temos um bom retrospecto. Mais difícil é manter a regularidade. Sempre colocamos na cabeça que nunca está bom. Tem algo para fazer sempre. Chegamos em um nível que é tentar nos manter sempre entre os melhores.

Ambos sabem que a vitória não alivia a cobrança. Apesar de jovens, carregam sobre os ombros uma responsabilidade sem tamanho. David tem 23 anos, já jogou no Palmeiras e no futebol grego. Welinton, de 21, é cria do Fla.

- A carga fica pesada, mas você vai aprendendo desde jovem. Não adianta começar a jogar com 29 anos porque não vai chegar numa equipe como o Flamengo. Precisa de uma bagagem e é bom começar cedo. Essa pressão é difícil, mas é gostosa. Quando se conquista um título como conquistamos, vemos como vale a pena a pressão, dá um alívio.

A tendência é que a pressão continue. Empolgada com a turma de Ronaldinho Gaúcho, a torcida quer mais.

Zagueiros David e Wellinton do Flamengo (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com) 
David e Welinton relaxam na praia. No campo, seriedade (Foto: Alexandre Durão / Globoesporte.com)
 
- Conquistamos a Taça Guanabara, a próximo é a Taça Rio para sermos campeões do Carioca. A Copa do Brasil é interessante para voltarmos a ter um título nacional e a classificação para a Libertadores. O Campeonato Brasileiro queremos também, mas sabemos que é muito difícil, muitas equipes boas, muitos times se reforçaram com grandes jogadores. E a Sul-Americana, que é outra oportunidade para também chegar à Libertadores. Sabemos que temos condições de brigar por esses títulos, temos uma grande equipe, mas se não fizermos por onde as coisas não vão acontecer.

Inspiração em Juan e Gamarra

Welinton e David admiram uma dupla que durou pouco tempo no Flamengo, mas deixou saudade. Juan, que joga no Roma, da Itália, e o paraguaio Gamarra, já aposentado, estiveram juntos em 28 partidas. Foram 14 vitórias, três empates e 11 derrotas. Formaram a zaga campeã carioca em 2001 e da Copa das Campeões do mesmo ano.

- Vejo muitas duplas de zaga boas, mas a do Flamengo com Gamarra e Juan marcou. Juan era mais jovem, e o Gamarra mais experiente. Foi uma zaga bem feita - frisou Welinton. 
David diz que ele e Welinton querem seguir o mesmo caminho.

- São jogadores que têm história no Flamengo, que vimos jogar. Sabemos que outros grandes zagueiros passaram por aqui e queremos fazer a nossa parte, fazer história do Flamengo.

Uma possível volta de Juan, aliás, vez ou outra faz parte do noticiário do clube. Nada que tire o sono ou o sorriso dos donos da posição.

- Escutamos esse tipo de notícia e procuramos manter a tranquilidade fazendo o nosso trabalho. Se vier outro zagueiro, será recebido de braços abertos. Será mais um jogador para ajudar com as conquistas - comentou David.


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