Da chegada com pompa, em agosto de 2010, à saída discreta nesta
segunda-feira. Depois de acertar a rescisão de contrato com o Flamengo
na última sexta, Deivid
esteve no Ninho do Urubu para se despedir dos companheiros. De camiseta
branca e calça jeans, o atacante conversou com os jogadores à beira do
campo principal do CT durante o treino. Depois, se despediu dos amigos,
de funcionários e do diretor de futebol Zinho. Em seguida, rumou para a
sala de entrevistas, a mesma onde tantas vezes falou em nome do grupo em
momentos difíceis. O mesmo espaço em que em alguns momentos teve de
justificar gols inacreditavelmente perdidos. O jogador, de 32 anos,
preferiu não dizer qual será o próximo clube, mas já entrou em acordo
com o Coritiba por três temporadas.
Com 99 jogos, o atacante não chegou a ter qualquer movimentação para festejar a marca de 100 partidas que se aproximava.
- Infelizmente não pude fazer o centésimo jogo pelo Flamengo, mas acho que as coisas correram tudo bem. Chegou a hora. O mais importante foi ter feito o acordo, sair numa boa, pela porta da frente, sair sem rancor.
Com 31 gols em dois anos, Deivid ficou 24 meses sem receber seus direitos de imagem, que eram a maior fatia do seu alto salário. Por isso, entrou na Justiça ainda com contrato em vigor para cobrar cerca de R$ 8 milhões. Para ser liberado antes do fim do vínculo, que terminaria em dezembro, Deivid abriu mão de parte do valor a que tem direito. Segundo ele, o clube ainda tem de quitar algumas parcelas, mas ele preferiu encerrar o processo para receber a quantia de forma imediata.
Com 99 jogos, o atacante não chegou a ter qualquer movimentação para festejar a marca de 100 partidas que se aproximava.
- Infelizmente não pude fazer o centésimo jogo pelo Flamengo, mas acho que as coisas correram tudo bem. Chegou a hora. O mais importante foi ter feito o acordo, sair numa boa, pela porta da frente, sair sem rancor.
Com 31 gols em dois anos, Deivid ficou 24 meses sem receber seus direitos de imagem, que eram a maior fatia do seu alto salário. Por isso, entrou na Justiça ainda com contrato em vigor para cobrar cerca de R$ 8 milhões. Para ser liberado antes do fim do vínculo, que terminaria em dezembro, Deivid abriu mão de parte do valor a que tem direito. Segundo ele, o clube ainda tem de quitar algumas parcelas, mas ele preferiu encerrar o processo para receber a quantia de forma imediata.
Deivid é realista quando faz um balanço da passagem. E lamenta que não tenha repetido o sucesso alcançado por outros clubes brasileiros.
- Não foi aquilo que todo mundo esperava do Santos, do Cruzeiro, do Corinthians. Tive altos e baixos, mas mesmo assim fui o terceiro artilheiro do Brasileiro do ano passado ao lado do Ronaldo e do Thiago Neves (todos com 21 gols). Às vezes você fica marcado pelos gols que você perde, mas não pelos 300 que fez. O gol que perdi contra o vasco, que é um campeoato à parte, marcou (na derrota por 2 a 1 na semifinal da Taça Guanabara). Sempre procurei assumir a responsabilidade. Ter levantado todos os dias cedo, tentar fazer o meu melhor, ajudar a equipe, sempre olhando de frente para os outros. Isso eu levo de lição para a minha vida.
Abaixo, mais alguns trechos da entrevista de Deivid.
Razões para a passagem apagada
"O futebol está muito competitivo, quase todos os times jogam com dois pontas abertos e um jogador de área. Pelo fato de ter chegado aqui e o clube estar precisando de uma reabilitação por tudo que passou no segundo semestre de 2010, o caso Bruno, saiu o Adriano, saiu o Love, cheguei sete quilos acima do peso, fiquei sem jogar um tempo na Turquia. Não é desculpa, mas atrapalhou um pouquinho. Em 2011 e 2012 tive mais tempo para me recuperar, o Vanderlei (Luxemburgo) dava confiança para reencontrar meu futebol, mas não conseguia desenvolver. Acho que pelo fato de a velocidade não ser a mesma, perdi espaço, tentei recuperar. Perdemos o Brasileiro por detalhes, tivemos chances na Libertadores desse ano e deixamos escapar (eliminação na primeira fase). Aprendi bastante. Coisas positivas e negativas".
Chegadas de Liedson e Adriano
"Acho que a dívida pesou bastante, estava incomodando. Sempre gostei de cobrança, de jogar no limite. Via que as pessas às vezes não me cobravam por conta da dívida. As chegadas de Adriano e Liedson não foram o pivô da minha saída. Eu quis fazer a rescisão faltando três meses para acabar o ano, queria entrar de férias com algo definido. Foi por isso que decidi rescindir. O Zinho me ajudou bastante nessa rescisão, como não tinha diálogo com o Michel Levy (vice de finanças). O Zinho entrou no meio, acabamos nos acertando e estou saindo daqui bem".
"O futebol está muito competitivo, quase todos os times jogam com dois pontas abertos e um jogador de área. Pelo fato de ter chegado aqui e o clube estar precisando de uma reabilitação por tudo que passou no segundo semestre de 2010, o caso Bruno, saiu o Adriano, saiu o Love, cheguei sete quilos acima do peso, fiquei sem jogar um tempo na Turquia. Não é desculpa, mas atrapalhou um pouquinho. Em 2011 e 2012 tive mais tempo para me recuperar, o Vanderlei (Luxemburgo) dava confiança para reencontrar meu futebol, mas não conseguia desenvolver. Acho que pelo fato de a velocidade não ser a mesma, perdi espaço, tentei recuperar. Perdemos o Brasileiro por detalhes, tivemos chances na Libertadores desse ano e deixamos escapar (eliminação na primeira fase). Aprendi bastante. Coisas positivas e negativas".
Chegadas de Liedson e Adriano
"Acho que a dívida pesou bastante, estava incomodando. Sempre gostei de cobrança, de jogar no limite. Via que as pessas às vezes não me cobravam por conta da dívida. As chegadas de Adriano e Liedson não foram o pivô da minha saída. Eu quis fazer a rescisão faltando três meses para acabar o ano, queria entrar de férias com algo definido. Foi por isso que decidi rescindir. O Zinho me ajudou bastante nessa rescisão, como não tinha diálogo com o Michel Levy (vice de finanças). O Zinho entrou no meio, acabamos nos acertando e estou saindo daqui bem".
"O jogo mais marcante foi aquele contra o Cruzeiro, no Engenhão
(vitória por 5 a 1, em 6 de novembro de 2011). Nosso time sofreu um gol,
o jogador do Cruzeiro perdeu um pênalti, conseguimos a virada e fiz
dois gols. O jogo contra o Santos (vitória por 5 a 4, em 27 de julho),
na Vila Belmiro, também foi muito marcante".
Relação com a torcida
Relação com a torcida
"A ação que eu tinha contra o Flamengo não tinha nada a ver com a
torcida. Era algo meu com o clube, uma insatisfação minha. Todo
trabalhador quer receber. Eu soube separar. Em alguns momentos fui
vaiado, com razão, não jogava bem. Quando fiz os gols fui aplaudido. A
torcida vai ao estádio cobrar, quer ver a vitória do seu time. Saio sem
mágoa, sem rancor da torcida. Sempre foi um sonho profissional vestir a
camisa do Flamengo, isso aconteceu, sou um cara privilegiado, tenho só
que agradecer ao que o futebol me deu, por tudo que acontece na minha
vida. Saio de cabeça erguida por ter feito o meu melhor, mas triste por
não ter conquistado um título de expressão. Vou estar em outra equipe,
vou jogar bem e tentar vencer lá".
Nenhum comentário:
Postar um comentário