O medo de que possa ser alvo de retaliações, porém, faz a diretoria
catarinense atuar com cuidado. A equipe busca o apoio de algum
dos grandes clubes do país para suportar a ação. Primeiro, tentou o Palmeiras –
contato que dirigentes paulista negam -, sem sucesso. Agora, tentam convencer o
Internacional, que tem o Corinthians como rival por uma vaga na Libertadores de
2015, a liderar a ação.
- A diretoria da Chapecoense pede cautela neste caso. Se o
clube puxar a frente da denúncia, há o temor de retaliação. Por isso, estamos
observando. Se ninguém se mexer, a gente pode tomar a frente. Agora é melhor
ficar na retaguarda – afirmou o diretor jurídico da Chapecoense, Luis Sérgio
Grochot.
A cúpula colorada aguarda se a Procuradoria irá concretizar
a denúncia. Só aí irá avaliar e se pronunciar, mas não nega a possibilidade de se
envolver no caso.
Ao menos dois times já deram retorno positivo à Chapecoense
e demonstraram interesse em encorpar a queixa, o Criciúma e o Bahia, ambos ameaçados
pela degola, como a equipe catarinense.
- Conversamos com alguns clubes. O posicionamento de todos é
observar a denúncia do STJD. Esses clubes entrariam como terceira parte
interessada no processo. Esperamos a efetivação da denúncia para entrar como
interessado. Essa é a ideia – explicou Grochot.
Os baianos, na 14º colocação, já encomendaram parecer de
um advogado atuante no Tribunal para ter detalhes que possam embasar uma
decisão da diretoria.
- Estamos consultando o doutor Paulo Rubens, que cuida dos
casos do Bahia ligados aos STJD, para que ele busque informações sobre o caso.
Depois disso, nos será passado um parecer – contou o gerente jurídico Vitor
Ferraz.
- O Criciúma espera o desdobramento da atitude de Paulo
Schmitt (Procurador-Geral), que abriu inquérito para investigar o caso. Vamos
aguardar para saber se vamos endossar a ação – afirmou Albert Zilli dos Santos,
diretor jurídico do vice-lanterna do Brasileiro.
Os demais clubes da Série A não se pronunciaram até o fechamento desta matéria.
Entenda o caso
Petros estava vinculado ao Corinthians por um contrato de
empréstimo que se encerrava em 1º de agosto, uma sexta-feira. Na mesma data, o
atleta teve seu novo acordo, definitivo e válido a partir de 2 de agosto,
sábado, registrado – um dia antes de sua vigência. Os que veem problema na ação
apontam que o registro só vale a partir do primeiro dia útil a seguir – no caso,
a segunda-feira, 4. Petros, porém, entrou em campo no domingo, 3, para enfrentar o Coritiba. Irregular ou não? O
STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) ainda analisa a situação.
Nesta semana o auditor Gabriel Marciliano Júnior concluiu inquérito
que investiga se houve, de fato, uma irregularidade na participação do atleta
no torneio. O despacho, como publicado no blog Bastidores FC, indica a
possibilidade de que a federação paulista, a CBF e o clube tenham infringido
regras. A recomendação dada à Procuradoria é de que ele não seja arquivado. O
órgão decidirá pela denúncia ou não.
Nenhum comentário:
Postar um comentário