domingo, 15 de março de 2015

O vexame da Ferj e a goleada do Palmeiras nas bilheterias

Há duas semanas, o ex-vice-presidente de marketing do Flamengo Luiz Eduardo Baptista (o Bap) foi ao programa Bate-Bola da ESPN Brasil e falou sobre a falência administrativa da Ferj. Citou alguns números do Flamengo no Campeonato Carioca, dentre os quais o lucro operacional em 2014, incluindo premiações pelo título, de apenas R$ 1 milhão. A previsão para este ano é ainda mais sombria, podendo o time de maior torcida do país ter prejuízo de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões – o que apenas confirmaria o diagnóstico feito pelos dirigentes dos grandes clubes do Rio, de que o Estadual é um buraco negro no orçamento de quem tenta se reorganizar no futebol brasileiro.

Bap foi mais fundo, classificou como “saque” o que a federação do Rio tem feito com seus filiados (declaração destacada pelo colunista André Kfouri, em 7 de março):

– Quando você tem uma federação que saqueia os clubes, evidentemente é muito difícil lidar com isso  – disse, com a “autoridade” de um ex-vice-presidente, já que a Ferj estabeleceu multa de R$ 50 mil para o clube que ousar ter voz ativa, numa das medidas mais autoritárias que se tem notícia nos últimos anos.

O Fluminense, com cartas divulgadas à imprensa, também alertou para a decadência do campeonato. Com ironia para não ser punido, classificou o Estadual do Rio como “a melhor competição do futebol brasileiro” e dono, “há alguns anos, das melhores médias de público registradas no país”.

O pior foi a defesa da Ferj contra as críticas ao campeonato que ela (des)organiza. Na última quarta-feira, como a coluna “De Prima” destacou no LANCE!, divulgou em seu site números que comprovam “crescimento da renda líquida dos clubes no Estadual de 2015 é de 450%”. Eis que você acessa a nota para confirmar os excelentes números e... Os QUATRO clubes grandes somaram até a oitava rodada exatos R$ 859.126,15 – os 12 pequenos “lucraram” mais R$ 85.257,13.

Comparando com o Palmeiras, que ao lado do Corinthians é exceção no esvaziado Paulistão, os números da Ferj são de envergonhar qualquer um. Só no jogo contra o Capivariano, em 28 de fevereiro, a renda líquida foi superior a R$ 1,8 milhão, R$ 1 milhão a mais em um único jogo.

Trágico Cariocão...


 
O estádio do Tigres, em Xérem: capacidade para 5 mil pessoas e renda bruta de R$ 134.640 no jogo contra o Flamengo, no último sábado, pelo Carioca (Foto: Wagner Meier)

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