quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Desprezado por Caio Júnior, Jônatas revela: ‘Foi o pior ano da minha carreira’

Jônatas agüentou calado aos meses de ostracismo no Flamengo. Sem entrar em campo desde o dia 21 de agosto, o volante viu o sonho de um retorno triunfal ao clube que o formou se transformar em um arrastado e monótono filme.

Por mais que treinasse bem, o técnico Caio Júnior decidiu não escalá-lo mais. A explicação oficial é de que o jogador, apesar de muito técnico, não tem as características para entrar no esquema tático determinado.

Por isso, nem as suspensões de Ibson e Kleberson alimentam a chance de Jônatas ser relacionado na última rodada.

- Ele não vai me levar. Já houve situação parecida e não fui – diz.

Ao conversar com o GLOBOESPORTE.COM, o jogador demonstrou a todo instante autocontrole para não estourar e falar demais sobre os momentos angustiantes que viveu no ano. Emprestado pelo Espanyol até junho de 2009, ele participou de 26 jogos na temporada (18 como titular), mas em momento algum teve o status de titular.

GLOBOESPORTE.COM: O ano termina de uma forma pouco confortável para você no Flamengo. É hora de procurar novos rumos?
Jônatas: A princípio, vou cumprir meu contrato. Mas vamos esperar para ver. Não sei se o Flamengo vai continuar comigo. Soube que o pessoal do Espanyol ligou e perguntou da minha situação.

Pode retornar à Espanha?
Quero ficar e jogar. Não quero voltar sem jogar. Mas se eles quiserem que eu volte agora e me disserem que terei oportunidade, ficaria feliz. Não esperava jogar tão pouco neste ano, mas tive a oportunidade de curtir mais a minha família.

E como foi agüentar esses momentos abandonado, sem ser relacionado? Eu me comportei como deveria. O grupo me ajudou muito. Não estou tão feliz como gostaria, mas não atrapalhei em nada e está todo mundo de prova. Entro de férias com a consciência tranqüila.

A saída do Caio Júnior facilitaria sua permanência?
(longa pausa) Ele pode mudar a opinião e achar que consigo jogar no time dele. Com Caio ou sem eu quero voltar a trabalhar e esquecer o ano. Posso dizer que foi um ano muito ruim, o pior da minha carreira. O melhor ainda está por vir, até porque pior do que isso não pode ser.

Recentemente, o treinador afirmou que você era um dos jogadores mais técnicos com quem ele trabalhou, mas por outro lado disse que via muitos problemas na sua marcação. Como encarou estes comentários?

Eu soube pelos colegas, durante os treinos, que ele falou isso. Ouvi e não absorvi. Acho melhor eu nem tentar entender. É o tipo de comentário que não satisfaz.

O Caio em algum momento conversou contigo?
Ele só disse que era uma opção dele. Eu respondi: “Quando precisar estou disposto a ajudar”. Mas sei que antes dele (Caio) tenho que pensar nos meus companheiros.

Como é a vida do torcedor Jônatas?
Eu fico em casa e assisto aos jogos pela televisão. É complicado, fico imaginando as jogadas como se eu estivesse em campo. Isso mata o cara.

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