domingo, 24 de junho de 2012

Sem Ronaldinho, Fla vive paz diante do Grêmio após clima tenso em 2011


Em outubro de 2011, o Flamengo fez uma operação de guerra para a viagem a Porto Alegre. O motivo: Ronaldinho Gaúcho. Seria o primeiro encontro com seu clube de infância e uma torcida revoltada com a atitude do jogador e de seu irmão e empresário. Depois de deixar tudo praticamente encaminhado com o Grêmio, Assis fechou com o Rubro-Negro. Protestos, esquema especial montado pela polícia e seguranças particulares, tensão e pressão rondavam a delegação para o aguardado reencontro no ano passado. O cenário atual é outro. Sem o ex-camisa 10, o clima é de extrema tranquilidade, apenas com o foco no jogo deste domingo, às 16h, no Olímpico. E sem maiores preocupações.

O time desembarcou no início da noite de sexta-feira e saiu normalmente pelo saguão do Aeroporto Salgado Filho. No hotel, nenhuma movimentação de torcedores ou segurança reforçada, apenas os três funcionários do Flamengo que costumam acompanhar a delegação.

Treino do Flamengo (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com) 
Trio de seguranças do Flamengo tiveram pouco trabalho (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)

A equipe treinou na manhã deste sábado no CT do Internacional, em clima de extrema tranquilidade, sem mesmo necessitar de escolta policial. Na porta do hotel, a movimentação era somente de hóspedes. Antes da atividade, os jogadores conversavam tranquilamente nas escadas que dão acesso à rua.

No total, entre embarque, treino e jogo, o grupo fará cinco deslocamentos em Porto Alegre na viagem atual. No ano passado, foram três. O último, para embarcar para o Rio, não contou com Ronaldinho, que fez uma festa no seu sítio que fica em um bairro isolado da cidade e varou a madrugada com muito samba - e sem o barulho da torcida do Grêmio.

No ano passado, nas duas semanas que antecederam o jogo contra o Grêmio, a torcida já demonstrava a recepção destinada a Ronaldinho Gaúcho em Porto Alegre, com a confecção de réplicas de nota de R$ 100 com o rosto do jogador e a inscrição “sem valor”, milhares de faixas de pilantra, uma grande bandeira representando a ceia de Jesus Cristo e com Ronaldinho na posição de Judas, entre outras hostilidades.

Na ocasião, o chefe da segurança do Flamengo, José Pinheiro, teve duas reuniões em Porto Alegre para resolver com a polícia e também com dirigentes do Grêmio o esquema de segurança para o jogo. Além da escolta de carros e até polícia montada, foi pedido um cordão de isolamento que, na partida, ficou na arquibancada bem em cima do vestiário rubro-negro e serviu de escudo contra a chuva de moedas.

ronaldinho gaúcho moisaco grêmio (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com) 
Última ida do Fla a Porto Alegre foi tumultuada pela presença de Ronaldinho (Foto: Globoesporte.com)

O Flamengo escolheu um hotel em local movimentado de Porto Alegre para se hospedar. A delegação chegou no fim da tarde de sábado. Nenhum torcedor gremista apareceu no saguão para protestar contra Ronaldinho Gaúcho. Mesmo assim, por medida de segurança, o time pegou um ônibus ainda na pista do Aeroporto Salgado Filho e saiu por uma porta lateral escoltado pela polícia. No caminho até o hotel, o jogador viu pichações contra ele como "R10 sujo", "R10 rato" e "Mercenário".

Ronaldinho chegou ao hotel com seu sorriso e, além de seguranças do Flamengo, o jogador também foi acompanhado por seu staff particular.

Ao ouvir perguntas de um radialista de Porto Alegre, Ronaldinho se calou.

- Ao menos um boa tarde, Ronaldinho? - insistiu o jornalista.

- Boa tarde - respondeu o jogador, com um sorriso.

Na chegada de Ronaldinho Gaúcho ao estádio, centenas de torcedores do Grêmio se posicionaram próximo ao vestiário do Olímpico. Até uma faca e um garfo foram arremessados. Com uma caixa de som na mão, Ronaldinho chegou ao vestiário, viu uma das notas de R$ 100 com seu rosto e desdenhou:

- Até que estou bonito.

Depois de estar vencendo por 2 a 0, o Flamengo sofreu derrota por 4 a 2. Beleza à parte, sem Ronaldinho Gaúcho, o Flamengo encontrou neste fim de semana em Porto Alegre um clima muito menos feio do que em 2011.




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