terça-feira, 16 de junho de 2015

Em áudio, organizada pede emprego no vasco e lembra ajuda em eleição


Eurico com integrante de Organizada (Foto: Reprodução)
Meses após nota oficial em que diz não reconhecer a força jovem vasco como torcida organizada do clube - a organizada está suspensa dos estádios -, o presidente Eurico Miranda virou tema de cobrança de um antigo integrante da uniformizada. Em longa gravação de áudio que circula por Whatsapp desde a madrugada de segunda-feira, mensagem direcionada ao filho do presidente Eurico Brandão (Euriquinho), Anderson Silva Coelho, apelidado de Cabeça, comenta os protestos em São Januário e afirma que não quer mais receber ingressos do clube, pois tem "impressão de que (os torcedores) estão de braços cruzados" por esse benefício.

A assessoria de imprensa do clube reforçou o comunicado do início da gestão Eurico e negou que o Vasco forneça ingressos para torcida organizada, conforme outras entrevistas que o presidente deu desde que retornou a São Januário. Na nota, assinada por Eurico, o clube dizia que "tendo em vista as investigações desenvolvidas pelo Ministério Público, pela Polícia e pelo Poder Judiciário, o Club de Regatas Vasco da Gama comunica que, por decisão de Diretoria, não reconhece a torcida Força Jovem, enquanto perdurar a suspensão imposta pela Justiça e os seus conflitos internos."

No teor da mensagem de Anderson, que não foi encontrado pela reportagem - o perfil no Facebook do torcedor, que estava disponível mais cedo, foi apagado -, o torcedor diz que não quer mais receber ingressos, lembra que ajudou na campanha de Eurico - emprestando carro para seguranças do então candidato - e cobra atenção para projetos que levou ao clube.

- Queria atenção para os projetos que tenho para o vasco, um, dois, três empregos para quem me ajudou, foram meus braços... Vejo toda semana gente nova entrando para trabalhar no Vasco - reclama o torcedor no áudio.


                                    Torcedor virou sócio em campanha de associação em massa de abril de 2013

A assessoria de imprensa do vasco tomou conhecimento do conteúdo do áudio do sócio, membro de organizada, e confirmou que Anderson procurou o clube para apresentar projetos, que foram todos rejeitados pela diretoria. Segundo o departamento, Eurico não quis se comprometer com Anderson e o questionou sobre qual prejuízo ele teve para apresentar os projetos ao clube, pois o Vasco poderia arcar com esses valores.

O torcedor, que entrou de sócio no clube em abril de 2013, em meio à associação em massa de mais de três mil pessoas naquele mês - que foi tema de reportagem do GloboEsporte.com -, relata xingamento a Ricardo Vasconcellos, assessor da presidência do vasco, e ressalta que não ofendeu Eurico, queixando-se porém do tratamento, afirmando que o presidente teria perguntado "qual era o seu preço".

Em São Januário, funcionários do clube disseram à reportagem que, mesmo em menor número, algumas organizadas, que apoiaram o presidente na eleição, ainda recebem benefício na compra de ingressos para jogos do vasco. 

No protesto do último sábado, integrantes de organizadas e torcedores ironizaram o slogan de Eurico - com gritos de "cadê o respeito?" -, sem xingar o presidente após a derrota por 3 a 1 para o Cruzeiro. Um grupo foi até a porta da entrada do departamento de futebol e depois deixou São Januário sem grandes incidentes.


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