sexta-feira, 30 de abril de 2010

Indefinições no departamento de futebol geram dúvidas sobre o futuro

Desde a demissão do vice de futebol, Marcos Braz, de Andrade e do diretor executivo Eduardo Manhães, há exatamente uma semana, que o Flamengo está sem um modelo de gestão do seu departamento de futebol definido. A presidente Patrícia Amorim deu mais poderes ao gerente Isaías Tinoco, colocou o então auxiliar Rogério Lourenço como técnico interino, mas o carro-chefe do clube segue cheio de dúvidas, que podem prejudicar o restante da temporada.

Em principio, com todas as demissões, a intenção era profissionalizar o departamento com a contratação de um executivo respeitável e também trazer Joel Santana para ser o treinador. Mas nenhum dos dois planos deu certo. E várias situações exigem uma solução, como renovações de contratos de jogadores importantes e negociações pendentes deixadas por Marcos Braz.

Sem pressa para definir

A definição do comando do departamento só deve ser anunciada após o jogo pelas oitavas de final da Libertadores, contra o Corinthians, quarta-feira, no Pacaembu. Durante esta semana, os presidentes dos poderes do clube (Conselho Deliberativo, de Administração e Fiscal) se reuniram com Patrícia Amorim e com o vice geral, Hélio Ferraz, para discutir a possibilidade de Bernardo Amaral, presidente da Assembleia Geral, assumir o futebol.

- Isso não avançou porque o Bernardo não quis renunciar à Assembleia Geral. Ele não pode ocupar o futebol sem resolver isso. Houve um consenso entre os presidentes de poderes de que isso fere o estatuto e ele está praticamente fora do baralho. O nome agora é Luís Manoel (diretor jurídico do futebol) - disse Leonardo Ribeiro, presidente do Conselho Fiscal.

No entanto, o mais provável é que Patrícia Amorim, que oficialmente está ocupando a vice presidência de futebol, crie uma espécie de colegiado formado por rubro-negros influentes na política do clube para comandar o departamento. Aprovada por muita gente na Gávea, a ideia é que Hélio Ferraz lidere esse grupo gestor constituído apenas de colaboradores. Com isso, a profissionalização do futebol se daria de maneira gradativa, até que se encontre o tal executivo ideal (os sonhos são/eram Zico e Leonardo).

- A questão ainda não foi discutida amplamente, de como vai ser o desdobramento. A nossa prioridade agora é dar estabilidade ao departamento de futebol, tranquilidade para o Isaías Tinoco trabalhar, para o treinador (Rogério) se consolidar e para os jogadores se prepararem bem para o jogo contra o Corinthians. É possível que na outra semana tudo se resolva. Mas até agora não tem nada definido. Não estamos com pressa. Estamos preocupados em fazer as coisas com serenidade e profundidade - disse Hélio Ferraz.

Ele não negou a possibilidade de ser o líder entre os colaboradores.

- Posso colaborar com a presidência da forma que ela achar mais útil. Mas qualquer informação agora é pura especulação ou lobby de amigos.

Oposição desconfiada

Apesar da serenidade aparente, há quem critique de forma dura a diretoria por ter sido influenciada por pressões políticas para demitir Marcos Braz sem ter, na prática, uma solução para o departamento de futebol.

- O nome disse é amadorismo – disse um conselheiro, sem querer se identificar.

Paralelamente às opiniões políticas, há as renovações com jogadores importantes, o desfecho de negociações conduzidas por Braz e, como é normal em qualquer clube, as contratações para reforçar o time para o Brasileirão.

A primeira delas pode ser a de Jones Carioca, que disputou o Carioca pelo América e pertence ao Bonsucesso. Ele já teria assinado contrato até dezembro com o Flamengo e, teoricamente, deveria se apresentar na próxima segunda-feira.

Uma outra situação é a de Zé Roberto. Rodrigo Fonseca, representante do jogador, viajou para a Alemanha a pedido de Marcos Braz para tentar a liberação junto ao Schalke 04. Como houve mudanças no futebol rubro-negro, o destino do apoiador não deve ser a Gávea, e sim o vasco.

Outras negociações vinham sendo conduzidas e estavam relativamente adiantadas pelo ex-vice de futebol. A primeira seria um empréstimo de Bruno Mezenga para um clube da Polônia, com opção de compra por € 1,5 milhão (R$ 3 milhões). A segunda seria a contratação do zagueiro Anderson Polga, que está no Sporting Lisboa, para a vaga de Álvaro, cujo contrato termina em junho e não deve ser renovado.

As renovações também seguem sem solução. Adriano, Vagner Love, Maldonado, Petkovic, David, Toró, Fierro, Rômulo e Ramon estão a menos de seis meses do fim do vínculo com o Flamengo e podem assinar pré-contrato com qualquer outro clube sem qualquer compensação ao clube rubro-negro.

- Só vamos resolver isso tudo após a reunião de trabalho de passagem dos que saíram - disse Hélio Ferraz.

O Flamengo estreia no Brasileiro no próximo dia 9, contra o São Paulo, no Maracanã, e até agora está mergulhado em um mar de dúvidas. Mas o foco está voltado para o jogo contra o Corinthians, na próxima quarta.

Confira os contratos que estão terminam este ano:


Adriano – 30/05
Pet - 15/06
Álvaro, David - 30/06
Vagner Love e Ramon - 10/07
Fierro - 25/08
Maldonado - 31/08
Toró - 31/10
Juan e Léo Medeiros - 31/12



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