sábado, 16 de março de 2013

Fla, pela primeira vez pressionado no ano, tem dias tensos para evitar crise

As primeiras derrotas, as primeiras cobranças, a primeira discussão... O ano de 2013 demorou a apresentar seu lado ruim no Flamengo, mas chegou com tudo. Depois de uma primeira fase de Taça Guanabara quase perfeita, a equipe de Dorival Júnior dependia de dois empates para levar o título, se garantir na decisão do Carioca e ter um mês de março tranquilo. Não foi o que aconteceu. A derrota para o Botafogo na semifinal ligou o sinal de alerta, que virou desconfiança com o novo revés diante do Resende, na estreia do time na Taça Rio. Antes invicta, a equipe agora é questionada e colocada à prova para manter longe do Ninho do Urubu uma palavra que se fez presente em 2012: crise.

Com o próximo compromisso marcado apenas para o próximo dia 23, contra o Boavista, no Engenhão, o elenco rubro-negro tem pela frente uma semana que será marcada pela desconfiança do torcedor, e sabe que só resultado convincente diante da equipe de Saquarema mudará o panorama. Se a eliminação para o Botafogo foi encarada com naturalidade, o baque com a virada sofrida em 23 minutos para o Resende foi bem pior e levantou até mesmo burburinhos sobre uma possível pressão sobre Dorival Júnior, o que foi negado prontamente pelo diretor de futebol Paulo Pelaipe.


Dorival Junior Flamengo treino (Foto: Mauricio Val / VIPCOMM) 
Dorival orienta os jogadores no Ninho: Fla tenta cortar a crise pela raiz (Foto: Mauricio Val / VIPCOMM)
 
Um dos líderes do grupo, Felipe analisou a situação. Ciente de que as críticas crescerão a cada dia sem vitórias, o goleiro lamentou ficar mais um período longo sem entrar em campo, mas voltou a bater na tecla de aproveitar o tempo livre para corrigir os erros. No período entre o Botafogo e o Resende, a estratégia não deu certo.

- O bom ambiente é construído com vitórias. Para não perdermos isso, temos que voltar a vencer. Se não acontecer, as críticas e as dúvidas vão chegar. Temos que dar a volta por cima. Infelizmente, não tem jogo no fim de semana. São mais dez dias. É ruim, mas dá para trabalhar bastante e não voltar a repetir os erros do último jogo.

Para amenizar o clima de tensão, deflagrado em um bate-boca entre Renato Santos, Ibson e Alex Silva no treinamento da manhã desta sexta, Felipe brincou com a superstição para apostar em uma volta por cima na Taça Rio. O camisa 1 lembrou ainda que o grupo precisa ter maturidade para não se deixar levar por comentários externos, sejam positivos ou negativos.

- Começamos bem o primeiro turno e terminamos mal. Agora, começamos com o pé esquerdo e o final pode ser diferente. Não dá para criticar e dizer que tudo está errado. Não nos animamos com os elogios e não podemos nos abater com as críticas.

O jovem Gabriel seguiu a mesma linha do goleiro e tentou tratar com serenidade a situação. Questionado sobre a possibilidade de o Flamengo ficar dois anos sem disputar finais de turno pela primeira vez desde 2004, quando o Carioca começou a ser disputado nos moldes atuais, o baiano preferiu uma visão otimista.

- Nosso pensamento está distante disso. Nossa ideia é chegar à final e poder ajudar o Flamengo. No primeiro turno, ganhamos tudo e na decisão perdemos. Pode ter o lado bom de termos perdido e agora entrarmos mais ligados.

Avassalador na fase de classificação da Taça Guanabara, o Flamengo viu o então elogiado 4-3-3 naufragar diante de situações adversas. Pautado na velocidade de Rafinha e na qualidade de Ibson e Elias nas saídas de contra-ataque, o esquema não deu retorno quando esteve em desvantagem no placar e o que se viu foi uma equipe buscando reações até certo ponto de forma desorganizada, diante de Botafogo e Resende. Para Gabriel, um panorama normal para um time em formação.

- O tempo vai dar a variação tática que o time precisa. Chegaram muitos jogadores novos e demora para encaixar. É muito mais difícil do que pegar um time já montado, que joga junto. No futebol, o mais fácil é avançar pelas beiradas. Aí, não tem como não fazer os cruzamentos. Por isso, estamos apelando para o chuveirinho. Só por dentro é muito complicado, as defesas se fecham bem.

Se o ataque não demonstrou o poder de decisão esperado nos últimos confrontos, a defesa não ficou atrás e teve queda brusca de rendimento. Melhor do Carioca até o 3 a 2 para o Resende, o Flamengo sofreu três gols nos oito primeiros jogos da competição e cinco nos últimos dois.




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