sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Fotógrafo ganha a vida vendendo fotos dos jogos para jogadores do Flamengo


Com 85 anos, Tchê é figurinha garantida no Engenhão e nos treinos do Flamengo. Há 59 anos, o uruguaio se apaixonou pelo Brasil e pelo futebol. Hoje ele ganha a vida fotografando as partidas e treinos e vendendo diretamente para os jogadores. Rubro-Negro de coração, ele foi ao Ninho do Urubu, centro de treinamento do clube, antes do clássico contra o vasco, pela última rodada do Brasileirão. A relação com os jogadores e fregueses é de camaradagem. O atacante Deivid é um dos atletas que o profissional tira fotos, mas convencê-lo a comprar é tarefa dura, garante o uruguaio.

- Tenho foto do Deivid, tenho muito gol dele. Mas ele é 'brabo' para comprar foto, não compra não, é difícil tomar uma grana dele. De vez em quando ele entra frouxo e compra três, quatro - explica ao "SporTV Repórter".

Deivid se defende.

- A foto é cara para caramba. R$ 50 cada foto. Ele gasta 10 centavos e cobra R$ 50 - diz o atacante.

Fotógrafo, economia, SporTV Repórter  (Foto: Reprodução SporTV) 
 No treino do Flamengo, Tchê mostra suas fotos para Deivid (Foto: Reprodução SporTV)

Para não depender apenas dos jogadores, Ruben Etchevarria põe o seu trabalho à disposição de qualquer torcedor nas bancas de jornal. Por R$ 10 pode-se comprar uma foto de Seleção Brasileira, o tradicional pôster do campeão, craques do passado e do presente, personagens da história do futebol e da história pessoal do uruguaio. Na final do Campeonato Carioca de 1978 ele viveu seu momento mais feliz ao lado de Zico.

- Era um vasco e Flamengo no Maracanã. Com o empate, o Vasco era campeão. Flamengo não conseguia fazer gol. Aí, teve uma jogada no finalzinho do jogo, no último minuto, a bola parou nas minhas pernas. Eu larguei a câmera, peguei a bola, olhei para o campo e quem estava mais perto era o Zico. Aí eu comecei a gritar para ele: 'Vai para o córner, vai para o córner, vai você mesmo'. Ai ele foi. Bateu o córner e Rondinelli, de cabeça, fez o gol.

Tchê é apenas mais um trabalhador que vive da paixão e da emoção do futebol. Sua profissão é fotografar a felicidade dos jogadores e torcedores, afirma.

- Essa é a minha vida, né? Minha vida é isso mesmo. Enquanto eu tenho isso, eu vivo. Se não tivesse isso, acho que apagava.




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