Atleta
que mais entrou em campo pelo Flamengo na atual temporada (52 vezes), o
maranhense de 31 anos viverá um domingo especial, contra a Desportiva,
em Cariacica (ES). Lá, fará seu 100º jogo vestindo as cores que o
acompanham desde pequeno. E vai além: pautado em suas passagens por
Atlético-MG (224 partidas) e Palmeiras (252), acredita numa longa
trajetória no Ninho do Urubu. Questionado se pensa em duplicar ou
triplicar o número, não titubeou.
-
Para mim, praticamente foi sempre assim. No Flamengo foi algo novo por
ter feito contrato de um ano só (em 2014) e depois ter renovado. Por
Palmeiras e Atlético sempre fiz de quatro (anos) para cima. Hoje em dia,
mais experiente, a gente vive o dia a dia, não dá para pensar daqui
dois ou três anos. Tenho que pensar nos próximos dois ou três meses,
esperar até o ano que vem. Se puder permanecer, vou ficar muito feliz -
torce o camisa 8 do Flamengo, cujo contrato com o clube se encerra em
dezembro.
Márcio Araújo comemora gol do título Carioca em cima do Vasco em 2014 (Foto: Gilvan de Souza / FlaImagem)
A
marca de 100 jogos será alcançada em um amistoso, mas o fato de o
confronto com a Desportiva não valer três pontos é incapaz de tirar o
peso da conquista, garante Márcio.
-
Vestir a camisa do Flamengo é muito especial. Para quem um dia sonhou
ser atleta e viu o sonho de jogar num grande time distante, fazer o 100º
jogo num amistoso ou não para mim vai ter o mesmo gostinho. Para
qualquer jogador é muito importante fazer 100 jogos, mas só o fato de
fazer parte do clube já é importante demais. Fico feliz pela
regularidade que tenho tido e por aproveitar as chances que as pessoas
têm me dado.
Irmão do vascaíno Paulinho, Márcio Araújo
escolheu o Flamengo para chamar de seu por identificação e pelos muitos
jogos do Rubro-Negro que eram transmitidos em São Luís, capital
maranhense. A lembrança mais especial dele é compartilhada por
flamenguistas da mesma geração: o gol de Pet que deu ao Fla o quatro
tricampeonato de sua história, em 2001.
- Aquela final contra o
Vasco, do gol do Pet nos últimos minutos. Tinha até já saído de casa,
porque estava perdendo, e meu irmão me zoando. Acabei saindo de casa.
Quando ouvi o grito, corri pra casa do vizinho pra dar uma olhada, vi
que era gol do Flamengo e fiquei muito feliz. Meu irmão me atentava
demais (risos), me zoava demais. Marcou muito não só porque foi bonita
demais a cobrança de falta do Pet, mas por esse lance de ser zoado. Eu,
por ser irmão mais novo, não aguentava muito a zoação e acabava
apelando. Aí ouvi o grito, dei uma olhada na casa do vizinho e vi que
era o gol - recorda.
Confira outros temas abordados por Márcio:
Todo mundo sabe, mas não custa perguntar: qual seu jogo mais especial pelo Flamengo? E qual o mais difícil de engolir?
O
mais difícil foi a eliminação esse ano no Carioca (para o Vasco), em
que a gente acabou tendo vacilo numa única jogada, e eles acabaram
fazendo o gol. E o melhor foi a final do Carioca (de 2014) pelas
circunstâncias, não só por ter feito o gol, mas por ter conquistado o
título.
Sua
saída do Palmeiras foi pontuada por muita chateação por parte de
torcedores. Alguns chegaram a fazer site com contagem regressiva pela
sua saída. Isso mudou no Fla?
Chateação até certo
ponto. Os caras botam o que querem. Ninguém que me apoiava fez nada. E
se fizesse não teria valor algum. Infelizmente aqui no Brasil a notícia
ruim vende muito mais. Isso que fizeram não vai apagar o que eu fiz pelo
Palmeiras, a titularidade que mantive nos anos que passei. Acho que só
aconteceu aquilo também porque eu não quis renovar, o Palmeiras queria
que eu renovasse. Acabei optando por jogar em outro clube e viver outros
ares. Isso é parte do passado e aquilo não influenciaria na minha vida.
Aqui no Flamengo, não. Totalmente diferente. Sou muito feliz aqui,
claro que existe contestação, como existiu em toda a minha carreira, mas
isso não me atrapalha em nada.
O Flamengo é diferente?
Joguei
por Atlético e Palmeiras, mas a dimensão do Flamengo é muito maior.
Pessoas que não via há muito tempo se reconectaram, me ligaram e me
deram parabéns pela minha vinda. Todo mundo ficou feliz, porque sabia
que eu torcia pelo Flamengo.
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