terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Antídoto para catimba: Wallace trata estreia como 'só mais um jogo'

Um jogo como outro qualquer. É dessa maneira que Wallace está encarando a estreia do Flamengo na Libertadores, quarta-feira, contra o León, no Nou Camp, pela primeira rodada do Grupo 7. Campeão da competição há dois anos, pelo Corinthians, o zagueiro usa esta postura como se fosse um antídoto contra todos os fatores externos que envolvem a competição continental. Catimba, pressão, futebol mais duro, arbitragem... Não são poucos os ingredientes que tornam a disputa especial. Nada, porém, é capaz de mexer com os nervos do camisa 14 rubro-negro. 

wallace flamengo méxico (Foto: Cahe Mota) 
O zagueiro Wallace concede entrevista no México (Foto: Cahe Mota)

 Ciente da obsessão que o torcedor do Flamengo tem pela competição, Wallace é objetivo ao admitir que levar em consideração toda carga emocional que uma Libertadores acarreta será prejudicial. Assim, tenta passar a tranquilidade que exibe para os mais jovens e pede que a equipe entre em campo com a mesma postura dos campeonatos nacionais. 

- É mais um jogo. Tão importante quanto os outros. Vai muito da cabeça de cada atleta, como recebe a competição. Acho que temos que encarar como foi o Carioca, o Brasileiro e a Copa do Brasil do ano passado. Tento tirar o máximo do peso possível. Até porque, há 33 anos o Flamengo não conquista esse título. Se eu trouxer esse peso para mim, fica mais complicado. Fico tranquilo, mas há jogadores que encaram mesmo como uma competição diferente. De certa forma, não deixa de ser pelas viagens, pelas equipes com características diferentes, mas tudo vai da maneira como se portar - explica.

wallace flamengo méxico (Foto: Cahe Mota) 
Wallace não quer ver seus companheiros caindo em pilha dos adversários (Foto: Cahe Mota)

Baiano de Conceição do Coité, Wallace cresceu ouvindo histórias exatamente daquele Flamengo que conquistou a única Libertadores da história do clube, em 1981. Rubro-Negro fervoroso, o avô sempre foi um dos mais empolgados. Tanto que o zagueiro não esconde que nem um bicampeonato neste ano fará com que o time atual se aproxime da geração comandada por Zico. 

- Não sou tão velho assim, mas minha família é toda flamenguista. Meu avô é um dos melhores. Por isso, vi, sim, a geração de 80 jogar. Ganharam 36  títulos, o meu avô me conta todas essas histórias, que era uma equipe muito forte. Até me acostumei a falar com meus amigos que, se vencermos a Libertadores, e temos grandes possibilidades, vamos ser como a primeira geração. Essa geração de 80 não conta, porque é fora de série. Vamos marcar história e todos têm que ter essa mentalidade de que vai ser um marco na história de cada um e do clube. A geração do Tita, Zico, Adílio, Nunes, Leandro... Não podemos nos comparar. Estamos muito abaixo. 

 Para a partida em si, o camisa 14 cobrou paciência e serenidade dos companheiros. Com o León em crise e vindo de duas derrotas consecutivas em casa, a tendência é que se mande para o ataque e faça valer o estádio cheio. Por outro lado, Wallace não quer um Flamengo pilhado por conta disso. 

- Temos que ter calma. O León é um time que chega muito forte ao ataque, já vimos alguns vídeos. Então, a defesa tem que ter toda paciência possível para dar tranquilidade ao pessoal da frente - frisa na sequência.

Se o León não vive um bom momento, o Flamengo chegou ao México com uma goleada de 3 a 0 sofrida no clássico diante do Fluminense na bagagem. Resultado ingrato, mas que Wallace aponta fatores positivos. 

- É bom que colocamos o pé no chão, para vermos que as coisas não eram um pouco como achávamos, e voltamos um pouco para o caminho que sempre fizemos. O Jayme já nos alertou. Perder nunca é bom, mas perdemos no momento que podíamos, apesar de ser clichê falar isso. Vamos corrigir os erros e não há muito tempo para treinar. 

Flamengo e León se enfrentam na quarta-feira, às 22h (de Brasília) - 18h, horário local -, no Estádio León, apelidado de Nou Camp, pela primeira rodada do Grupo 7 da Libertadores. Emelec e Bolívar completam a chave, e jogam sexta-feira, no George Capwell, em Guayaquil.




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