quarta-feira, 10 de abril de 2013

Começo de ano ruim assusta, e Fla traça reformulação por 2013 de paz


''O Flamengo pode não ter um dos melhores elencos do Brasil, mas também não vai ficar com um time capaz de perder para o Audax". Com esta frase, um membro da nova cúpula que gere o clube definiu a situação para o Brasileirão. Se manter a política de pés no chão e foco na questão financeira norteia os caminhos em 2013, a preocupação é evidente em evitar novos resultados trágicos que atrapalhem os planos de reestruturação do Rubro-Negro. Diante disso, é tempo de reflexão na Gávea, e tudo que está da linha lateral para dentro do campo está sob avaliação.

A eliminação precoce no Carioca e, principalmente, as exibições bem abaixo das expectativas, no entanto, em nada afetaram o pensamento de não fazer grandes investimentos para saciar a urgência do torcedor. Em fase de autoanálise, a diretoria sabe que, até o momento, deu um tiro n'água na contratação de reforços e precisa ser cirúrgica para não sofrer ainda mais até dezembro. Se a chegada de grandes nomes é bem improvável, a saída de figurões do elenco surge como melhor opção para facilitar contratações mais empolgantes. Nesta lista, Ibson, Marcos González e Alex Silva são os que mais correm riscos.

Jorginho treino Flamengo (Foto: Alexandre Vidal / Flaimagem) 
Grupo do Flamengo deve sofrer alterações para o restante do ano (Foto: Alexandre Vidal / Flaimagem)
 
Falar em arrependimento seria forte demais, mas em reuniões a diretoria admite que as caras novas de 2013 não deram o retorno esperado. Com exceção de Gabriel, bastante elogiado e blindado sob a justificativa de que "precisa de rodagem", ninguém empolgou. Se bem que é sabido internamento que a expectativa sobre João Paulo e Wallace não era das maiores. Enquanto o lateral é visto como nível médio, o zagueiro chegou a ser avaliado como "padrão Welinton" por um dirigente em tom de resignação.

Principais apostas, Elias e Carlos Eduardo também rendem abaixo do esperado. Regular, o volante vive sob a expectativa interna de que seja efetivo como nos tempos de Corinthians. Com Cadu a situação é bem diferente. Maior investimento do Flamengo na temporada, o meia tem o maior salário do elenco, mas ainda assim as cobranças vêm apenas das arquibancadas. Nos bastidores, o discurso é de ainda acreditar que pode ser um jogador decisivo.

Seja publicamente, como aconteceu com Wallim Vasconcellos na última segunda-feira, ou nas famosas resenhas de bastidores, é quase unanimidade que Carlos Eduardo precisará de tempo para se readaptar e dará retorno em campo.

 Wallim Vasconcellos, vice de futebol do Flamengo, e Paulo Pelaipe, diretor de futebol.  (Foto: Richard Souza)- Não o trouxemos para jogar contra o Quissamã ou Duque de Caxias. Trouxemos achando que é um jogador diferenciado e que vai se recuperar. Espero que ele dê muitas alegrias a torcida. Não era investimento de 30 dias. Ele não vai para um contrato de experiência - disse um membro da cúpula do clube, em discurso que dá o tom da paciência que terão com o reforço.

Situação bem distinta da que vivem Ibson, González e Alex Silva. Apesar de estarem entre os mais experientes e consagrados do elenco, o trio está na corda bamba. O primeiro principalmente, que sofreu com a pressão para redução dos salários e é acusado internamente de não se dedicar como devia nas atividades. É cada vez mais evidente o desejo da diretoria de se desfazer de Ibson, que se mantém calmo diante da exposição como reserva (ou nem mesmo relacionado) e firme no desejo de cumprir seu contrato.

O chileno Marcos González é outro desprestigiado. Relacionado apenas uma vez por Jorginho, ganhou sobrevida por conta da má fase de Alex Sila, mas a direção e o próprio treinador não vão fazer questão caso algum clube demonstre interesse em contratá-lo. O mesmo vale para o próprio Pirulito e até mesmo Cleber Santana, que são considerados caros para o que têm rendido em campo. Outro nome que encontra resistência por seu comportamento é o goleiro Felipe. Nada, porém, que o coloque em risco no clube. Ainda.

- Vamos avaliar o elenco e decidir que jogadores ficam e os jogadores que saem. Vamos contratar reforços de primeira linha, porque queremos os títulos da Copa do Brasil e do Campeonato Brasileiro - declarou o diretor Paulo Pelaipe.

Com a promessa pública da contratação de cinco reforços, o Flamengo mira nomes com maior rodagem para que ajudar até mesmo o rendimento de promessas como Rodolfo e Rafinha. A dupla agrada bastante, mas é consenso de que ainda não está pronta para assumir tamanha responsabilidade. As contratações, por sua vez, seguirão o mesmo padrão do início da temporada: chegam a custo zero, através de troca-trocas ou serão apostas de grupos de empresários. Qualquer investimento vindo do clube depende diretamente da saída de algumas peças para desafogar a folha salarial.

Neste formato, a vinda de nomes especulados como Kaká e Robinho se torna inviável. Com idades avançadas, os dois jogadores não dariam retorno financeiro futuro a nenhum investidor, muito menos ao clube, que não se ilude diante das especulações. Com apenas oito jogos programados para os próximos três meses, o Flamengo sabe que a chegada emergencial de novos nomes facilitaria o processo de reformulação da equipe para o Brasileirão. Entretanto, a impossibilidade de erro faz com que o prazo limite para contratações tenha sido estendido até o começo de julho, quando o campeonato volta a ser disputado, a partir da sexta rodada, após a Copa das Confederações.

Se brigar pelo hepta não é prioridade em um ano onde colocar as finanças em dia tem sido o principal objetivo, lutar contra o rebaixamento assusta a diretoria. O reflexo disso é a certeza de um Flamengo diferente no Brasileirão. Resta saber se as apostas da vez vão dar certo.

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