Para evitar que casos como o descrito acima voltem a ocorrer, é cada vez mais comum os jogadores contratarem os serviços de empresas de consultoria, com analistas financeiros.
Para o volante Muralha, do Flamengo, a vigilância é maior. O pai, Jorge Luís de Oliveira, segue de perto os passos do dinheiro que o jovem ganha com o futebol.
- A gente decidiu investir para garantir uma aposentadoria independentemente do que ele fizesse na carreira. Para que ele tenha uma vida boa dentro de campo e fora também - explicou Jorge Luís.
- Se dependesse de mim, ia comprar um carrão. Comprei um carro médio. Estou andando do mesmo jeito que (estaria em) um carro grande, mas com um custo menor. A gente vê muitos jogadores que jogaram muita bola, mas não souberam administrar o dinheiro - falou Muralha.
Uma pesquisa europeia mostra que metade dos atletas perde todo o seu patrimônio acumulado depois que para de atuar. Para o analista financeiro Max Gehringer, essa é uma questão simples de resolver.
- Quando a gente tem 16 anos, nossa cabeça é meio virada. Se ganhamos muito, achamos que vamos ganhar pelo menos aquilo pelo resto da vida. E gastamos muito mais do que ganhamos. Alguém tem que chegar e dizer “invista seu dinheiro” - afirma Max.
Outras dicas preciosas são poupar 30% do seu salário todos os meses e gastar menos do que ganha. Mas a resistência entre os atletas ainda é grande, como explica o analista Ricardo Wilmersdorf.
- Eles estão sempre na mídia, então a todo mundo chega alguém para oferecer um negócio da China. E quando falamos de investimento, eles ficam com o pé atrás.
Mas a cabeça de alguns já está mudando.
- A vida de atleta não dura por muito tempo. Sou consumista. Adoro ir para o shopping, comprar, mas deixei de comprar em nome do futuro – disse a pentacampeã mundial de jiu-jitsu, Kyra Gracie.
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