terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Wallim se sente desprestigiado, cobra maior voz e rompe com BAP antes de deixar o Flamengo





Mais do que um desligamento, a saída de Wallim Vasconcellos do Flamengo foi uma maneira de se posicionar contrário à forma como o clube tem sido gerido.

Figura determinante do grupo que iniciou a reformulação administrativa ainda em 2013, no primeiro mandato de Eduado Bandeira de Mello, o agora ex-dirigente se sentiu desprestigiado por Rodolfo Landim e seus pares mais próximos (BAP e Gustavo Oliveira) e sem voz. Naturalmente exposto pela pasta que comandava, optou pelo pedido de demissão por discordar de tomadas de decisões importantes.


                                                                                    Foto: Gustavo Oliveira, Rodolfo Landim, Wallim Vasconcelos e Luiz Eduardo Baptista




Tema central das últimas semanas, a forma como o Flamengo tem conduzido os desdobramentos do incêndio no Ninho do Urubu é um dos fatores que incomoda Wallim, mas está longe de ser o único. Em opinião que é compartilhada por boa parte dos vice-presidentes, o ex-dirigente se sentia desprestigiado com a maneira centralizadora com que Landim, BAP e Oliveira tomam decisões no dia a dia rubro-negro. Para muitos, infringindo até mesmo a dinâmica imposta pelo estatuto.

Tal comportamento gerou a ruptura completa com BAP, vice de relações externas, com quem Wallim sequer trocava palavras nos últimos meses e, por tabela, o distanciou de Rodolfo Landim. O ex-vice de finanças acreditava que não era consultado em decisões importantes para o rumo do clube.

Também desafeto de BAP, Marcos Braz foi o único a responder oficialmente pelo Flamengo que se posicionou publicamente a respeito da saída de Wallim. Não por acaso, fez questão de exaltar o ex-companheiro:

- Wallim, obrigado por tudo!

Em Doha, durante a realização do Mundial de Clubes, o distanciamento ficou evidente. Wallim, por exemplo, foi o único dirigente que não foi convidado pela diretoria para evento oficial da Fifa para tratar da competição. O desconforto ficou evidente para quem estava no Qatar. O VP ainda não compactuou com a decisão de reter e diminuir os valores da premiação diretores, gerentes e comissão técnica.

O ex-dirigente ainda discordava da maneira como algumas decisões "corporativas" eram tomadas por executivos do clube, desde a terceirização de serviços até o fluxo financeiro. Há cerca de duas semanas, o próprio Wallim se reuniu com representantes da alta cúpula rubro-negra para manifestar o desconforto com a maneira como as tomadas de decisões do clube estavam sendo conduzidas.

Como nada mudou, se viu no papel de figurante na gestão e resolveu pedir para sair.




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