quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Mais de dez emendas adiam votação sobre obrigação de recurso de vídeo na Alerj



Estava prevista para esta quinta-feira, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), a votação de um Projeto de Lei que determina o uso do recurso do árbitro de vídeo em jogos organizados pela Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). Antes mesmo de a sessão ser iniciada, ela acabou adiada. A discussão do PL não demorou nem uma hora. Ainda não há data definida para a votação. 

Foram recebidas 15 emendas de alteração ao texto original do projeto de lei nº 3377/2017 (o texto na íntegra está no fim da matéria), de autoria do deputado Samuel Malafaia (DEM). A principal mudança é que o texto não vai mais ter teor obrigatório e sim autorizativo. 

 Segundo o integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Luiz Paulo (PSDB) a Alerj não pode obrigar a Ferj a adotar o uso de árbitro de vídeo ou qualquer outra medida por se tratar de uma instituição privada. 

- No mérito, a intenção é espetacular porque o árbitro de vídeo resolveria talvez 75% das demandas, têm algumas que até a TV Globo fica na dúvida (risos). O projeto estava como determinativa, mas eu poderia dá-lo transformando o projeto em vez de determinativo em autorizativo para suscitar a questão para que isso viesse a ser suscitado, mas no momento que a federação assim o desejasse - afirmou Luiz, torcedor do Flamengo. 

Samuel Malafaia, autor do projeto e botafoguense, disse entender que considerem seu projeto de lei inconstitucional, porém enxerga que a presença do árbitro de vídeo no futebol é essencial. Para ele, existem lances que ou o árbitro realmente não enxerga o ocorrido, ou age de má-fé. 

- É um projeto importante porque poderia ser considerado inconstitucional por estamos mexendo numa área particular. Mas nós, como legisladores, temos que organizar o que está desmantelado. Não é possível que no nosso estado e no Brasil, onde há árbitro eletrônico para tênis, para vôlei... No futebol, há alguns lances em que, se não é má-fé, acontecem pela impossibilidade de o juiz olhar naquele momento e acertar. É normal que o juiz possa ser acionado para ver se foi falta ou não, se botou a mão ou não, se foi ou pênalti ou não. 

 O assunto voltou a ganhar as manchetes após o gol de mão de Jô contra o vasco sanitário, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Marco Polo Del Nero, presidente da CBF, determinou que o árbitro de vídeo entrasse em vigor já na rodada seguinte (25ª). 

Na última quarta-feira, comentaristas de arbitragem da TV Globo e Marcelo Vianna, diretor de competições da Ferj, mostraram preocupação com a imposição da Alerj. Segundo eles, é um processo que envolve muito dinheiro e não pode ser feito com pressa. 


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