O Governo do Distrito Federal (GDF) ganhou um aliado de peso na busca pelo fim da proibição de jogos da Série A do Brasileirão fora dos estados de origem do time mandante
- o que vinha beneficiando a agenda do Estádio Mané Garrincha nos
últimos anos. O escritório da Ordem dos Advogados do Brasil no DF
(OAB-DF) usou como base um estudo de sua Comissão de Direito Desportivo
para manifestar junto à Confederação Brasileira de Futebol (CBF) repúdio
em face da determinação que acaba com a "venda de mando de campo" por
clubes detentores dessa prerrogativa. Segundo a Ordem, a venda de mando
de campo não compromete o resultado desportivo da partida.
Em
congresso técnico realizado em fevereiro, a maioria dos clubes da
primeira divisão do Campeonato Brasileiro decidiu por fim aos jogos
realizados por times fora de seus estados de origem, para impedir o que
ficou conhecido como "venda de mando". A medida prejudica arenas
construídas para a Copa do Mundo de 2014 em estados que não contam com
times na elite do futebol nacional: Mané Garrincha (Brasília), Arena
Pantanal (Mato Grosso), Arena da Amazônia (Amazonas) e Arena das Dunas
(Rio Grande do Norte). Todos vinham recebendo com frequência partidas de
clubes populares como Flamengo e Corinthians. Na visão da OAB-DF, a
medida é altamente prejudicial ao legado do Mundial realizado no país.
Mané Garrincha recebeu vários jogos da Série A nos últimos anos, principalmente do Flamengo (Foto: Divulgação)
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Com efeito, se eventualmente o clube visitante tiver maior número de
torcedores do que o clube mandante, tal fato decorrerá de sua maior
estima e popularidade em âmbito nacional, fato este que deveria ser
estimulado e não objeto de proibição, bastando que o torcedor seja
avisado com antecedência em observância ao que dispõe o Estatuto do
Torcedor - afirmou o presidente da OAB-DF, Juliano Costa Couto, que
acredita que a chamada "venda de mando" não compromete o resultado das
partidas, como alegado por alguns clubes.
- Se determinado
clube que chega ao final do campeonato sem qualquer pretensão de título
ou descenso, e faz partida decisiva com agremiação que esteja disputando
o título ou a fuga do rebaixamento, o fato do primeiro vender o mando
de campo não comprometerá o resultado da partida, fato este que poderá
ocorrer se ele estiver jogando em sua casa - completou Maurício Corrêa
da Veiga, presidente da Comissão da OAB-DF.
+ Com jogos do Fla na mira, governo do DF critica fim do mando fora do estado
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Desde
a sua inauguração no ano de 2013, o Estádio Nacional Mané Garrincha
sediou pouco mais de uma centena de jogos, sendo que o seu custo foi de
aproximadamente R$ 2 bilhões. No ofício, a Ordem alegou que trata-se de
uma arena desportiva que até os dias hoje também é alvo de críticas em
relação ao seu custo de manutenção avaliado em mais de R$ 1 milhão por
mês.
- Logo, ao receber jogos do Campeonato Brasileiro, o
estádio passa a cumprir com a sua finalidade, na medida em que atrai
milhares de torcedores em razão da Capital Federal ser reconhecidamente
formada por torcedores de equipes de outros Estados da Federação - diz
trecho do documento entregue à CBF.
Juliano Costa Couto ainda
defendeu que a proibição é um desrespeito ao torcedores que são privados
da oportunidade de assistir aos seus clubes em outras praças.
- Desta forma, impõe-se a imediata reconsideração da proibição da venda de mando de campo que é fundamental para a oxigenação do espetáculo que há muito deixou de ser apenas uma “paixão popular” para se transformar em verdadeira manifestação da cultura do Brasil.
- Desta forma, impõe-se a imediata reconsideração da proibição da venda de mando de campo que é fundamental para a oxigenação do espetáculo que há muito deixou de ser apenas uma “paixão popular” para se transformar em verdadeira manifestação da cultura do Brasil.
A CBF respondeu
em ofício que se empenhou no sentido de promover jogos em Brasília, mas
que a decisão de proibir a venda de mando de campo partiu do Conselho
Técnico, composto por clubes, integrantes e disputantes do Campeonato
Brasileiro.
A OAB promete oficiar e trabalhar com as administrações dos clubes que compõem o Conselho Técnico para que seja alterada a decisão.
A OAB promete oficiar e trabalhar com as administrações dos clubes que compõem o Conselho Técnico para que seja alterada a decisão.
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