A
volta do Flamengo ao Maracanã mais de 10 meses depois se não foi capaz
de deixar o time mais próximo ao Palmeiras - após o empate por 2 a 2 com
o Corinthians - serviu para o clube bater um recorde no novo estádio.
Com quase 60% de faturamento na arrecadação total da bilheteria, o
Rubro-Negro guardou nos cofres R$ 1,8 milhão - percentual maior ao que o
Flamengo levou na final da Copa do Brasil de 2013 contra o Atlético-PR
(que era de 57%, numa renda de quase R$ 10 milhões). No ano passado, por
exemplo, estudo da FGV mostrava que o Flamengo ficava com menos de 40% da arrecadação total no estádio.
O
saldo no funcionamento do estádio foi considerado positivo pelo
Flamengo. Houve confusão e alguns problemas registrados. A expectativa é
de que para as próximas três partidas (Botafogo, Coritiba e Santos),
com 19 mil carnês já vendidos antecipadamente, o faturamento possa
chegar até perto de R$ 2 milhões. O valor de R$ 1,8 milhão de
arrecadação está no borderô, que ainda não foi publicado no site da CBF,
e havia sido informado anteriormente pelo site Lancenet!. A diretoria
Rubro-Negra confirmou os valores à reportagem do GloboEsporte .com.
Torcida faz a festa na volta ao Maracanã: clube arrecadou R$ 1,8 milhão (Foto: André Durão / GloboEsporte.com)
O
diretor de novos negócios do clube, Marcelo Frazão, que era executivo
do Consórcio Maracanã até poucos meses atrás, espera aumentar o
percentual de faturamento com misto de economia e prática na operação
das partidas.
- Claro que tivemos um jogo atípico, com apelo de final. Mas manter essa média de 60% de faturamento é viável - diz Frazão.
O
diretor do Flamengo acredita em melhor funcionamento do estádio nas
próximas partidas. Com o tempo de inatividade desde o fim da
Paralimpíadas, o clube gastou mais em limpeza, segurança e outros
serviços com fornecedores. A economia deve aparecer já no próximo jogo.
-
Sem dúvida tivemos ganho de eficiência e de economia, mas não
necessariamente foram bem menores as nossas despesas. No borderô do
Consórcio, havia linha de aluguel e de custo operacional. Tinha custo
fixo de R$ 311 mil do contrato com a concessionária, que era variável
conforme resultado financeiro e de público do jogo. Nesse jogo, esse
custo foi de cerca de R$ 410 mil. Se fosse como antigamente esse valor
poderia chegar a R$ 600 mil - explicou Frazão.
Em
nota, o clube considerou que a reabertura do Maracanã impôs "grandes
desafios" na operação da partida pelo Flamengo. Ainda entregue à Rio
2016 até o final do mês, o clube não pagou aluguel ao comitê organizador
dos Jogos do Rio nem ao consórcio liderado pela Odebrecht. Está
previsto para o ano que vem nova licitação no Maracanã.
"Na primeira hora de abertura dos portões tivemos várias ocorrências
de torcedores com ingressos falsos comprados em cambistas tentando
acessar o estádio. Tivemos também alguns casos de erros de leitura nas
catracas, que foram resolvidos, dando acesso após
consulta com orientadores exclusivos para esse atendimento.
Naturalmente, sendo a primeira operação de retorno do Maracanã, temos
pontos de aprimoramento para a próxima partida, apesar do saldo
positivo.
Ao contrário do padrão histórico da torcida do Flamengo em jogos
grandes, quando normalmente antecipa sua chegada ao estádio, e mesmo com
a intensa divulgação nos canais oficias no clube e da própria imprensa,
neste domingo tivemos apenas 25 mil torcedores
do público total de 65.743 dentro do Maracanã faltando uma hora para o
início da partida, o que aumenta o número de pessoas nos acessos no
horário de pico", diziam trechos do comunicado rubro-negro.
Frazão
acrescenta que orientação de público, limpeza de banheiros e outros
serviços serão aprimorados para as próximas partidas do Campeonato
Brasileiro.
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