Se fosse apenas pelas
pataquadas em si, o presidente do vasco, eurico miranda, o presidente da
Federação Catarinense, Delfim Peixoto, e o goleiro do São Paulo
poderiam apenas ter desperdiçado uma boa oportunidade de ficarem
calados. Mas eles prestaram mais um desserviço ao futebol brasileiro
porque, com suas palavras, vão protagonizar mais um circo na próxima
quinta-feira, onde advogados, auditores e procuradores vão ocupar todos
os holofotes da mídia - sem jamais terem dado um passe ou feito um gol.
Mas dos três envolvidos, a
participação mais lamentável é a de Rogério. Eurico, desde sempre, é
useiro e vezeiro em polemizar, em dar declarações que deixem os árbitros
pressionado e, muitíssimo bem informado que sempre foi, em colocar
oponentes em xeque com informações que os comprometam. Em 1993, o jornal
O Globo ganhou o prêmio Esso de jornalismo esportivo por denunciar um
esquema na Federação Carioca em que os árbitros eram instruídos no
sentido de que, nos jogos, desse "o resultado que a Federação quer".
Eurico, como dirigente de um filiado da Ferj, acompanhou bem o caso e
tais situações não são novidade.
O presidente da Federação Catarinense admite que tem o estranho
hábito de visitar árbitros no vestiário, antes e depois dos jogos. Quer
ser presidente da CBF, está aliado aos clubes que sonham com uma Liga -
chegou a oferecer os árbitros de sua Federação para o Rio-Sul-Minas,
caso as demais entidades não liberem os seus. É muito protagonismo de um
cartola para que, no mínimo, não se apure as denúncias de Eurico. São
vinhos da mesma pipa, e de safra ruim.
Mas Rogério? Começo desqualificanco sua ironia - de que o pênalti
marcado a favor do vasco estava encomendado desde a quinta anterior, por
causa do discurso do presidente vascaíno - pelo simples fato de que,
sim, foi pênalti. Encomendado ou não, foi pênalti, então Rogério tinha
de arranjar outra forma de cutucar o vasco.
Além disso, por mais simpático e bom moço que seja, o goleiro
tricolor, de modo mais sutil e diplomática, teve a mesma deplorável e
reprovável atitude de Eurico: pressionar a arbitragem para beneficiar o
São Paulo na sequência. Algo muito feio, pequeno, que não condiz com a
bonita e brilhante carreira que Ceni está por encerrar.
O diabo vai ser aturar esse povo, mais os advogados, na quinta-feira...
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