Após a aprovação na Câmara dos Deputados, a Medida
Provisória 671, a MP do Futebol, foi aprovada nesta segunda-feira, no Plenário
do Senado, e agora segue para a sanção presidencial para se transformar
definitivamente em lei. O texto passou pelos senadores sem nenhuma alteração. O
projeto refinancia as dívidas dos clubes de futebol com a União -
estimadas em cerca de R$ 4 bilhões - em troca de novas regras de gestão,
incluindo o chamado "fair play" financeiro, que prevê o rebaixamento
de inadimplentes.
A
MP foi enviada para análise no Congresso Nacional no
último dia 19 de março, após a assinatura da presidente Dilma Rousseff e
perderia a validade na próxima sexta-feira, dia 17, caso não fosse
aprovada no
Senado. Foram mantidas as mudanças feitas na Câmara em relação ao texto
do
relatório do deputado Otávio Leite (PSDB-RJ), que foram realizadas
através de emenda aglutinativa assinada pelo deputado Jovair Arantes
(PTB-GO), membro do conselho deliberativo do Atlético-GO
Presidentes de clubes se reúnem com presidente do Senado, Renan Calheiros, antes da votação (Foto: Agência Senado)
Dentre as mudanças estão aumento do limite de gastos dos clubes com
o futebol, que subiu de 70% para 80%, além de alterações nas regras de redução de
déficit financeiro aplicadas. Outra mudança foi a retirada do artigo que
transformaria a seleção brasileira em patrimônio cultural - o que colocaria a
CBF na mira do Ministério Público.
A alteração nos colégios eleitorais das federações
estaduais, que daria mais poder aos clubes grandes, também foi retirada no
texto aprovado pelos deputados e senadores. Em contrapartida, ficou mantida a
inclusão dos clubes da Série B no colégio eleitoral da CBF - atualmente, votam
apenas clubes da Série A e das federações. Antes da votação desta segunda, o
presidente do Senado, Renan Calheiros, se reuniu com presidentes de clubes e
representantes da CBF, como o secretário-geral da entidade, Walter Feldman.
A medida estabelece que será criado o Programa de
Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro
(Profut). Para aderir ao programa, cada clube interessado em renegociar sua
dívida terá de cumprir as exigências previstas. O pagamento da dívida poderá
ser feito em até 240 meses. Caso algum clube deixe de pagar três parcelas,
perderá a oportunidade de parcelamento do débito e, com isso, não poderá ter
acesso a benefícios de incentivo fiscal da União.
Entre as contrapartidas, estão por exemplo: manter em dia as
obrigações trabalhistas e tributárias, fixar mandato de quatro anos para os
cargos eletivos de direção e publicar na internet, em site próprio, a prestação
de contas após ter sido submetida à auditoria independente.
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