Flamengo
e Corinthians fazem hoje, às 16h, no Maracanã, o “Clássico do Povo",
mas querem extrapolar a popularidade para fora do Brasil, batizando o
duelo de “Clássico das Américas". Os dois clubes se reaproximaram com a
intenção de internacionalizar suas marcas promovendo o maior jogo do
continente, mesmo que vivam situações distintas dentro e fora de campo
atualmente — O Flamengo ainda briga na parte de baixo da tabela e o
Corinthians luta pela Libertadores.
— Os dois clubes têm todas as
condições de ter, no futuro, a dimensão de clubes mundiais como
Barcelona e Real Madrid. Ainda mais levando em consideração o fato de
que no Brasil disputamos um campeonato muito mais parelho e competitivo
do que na Espanha — garante o presidente rubro-negro, Eduardo Bandeira
de Mello.
Somando
cerca de 60 milhões de torcedores, os gigantes botaram os seus
departamentos de marketing para conversar, enquanto usam o futebol para
acirrar a rivalidade como produto. A contratação de Guerrero e Sheik,
fora da partida de hoje, foram o principal incremento para que o duelo
das torcidas extrapolasse o campo, mas ficasse apenas na provocação.
Através das redes sociais, os dois clubes criaram mensagens para tirar
vantagem do rival, e reacenderam polêmicas sobre tamanho de torcida,
etc.
A proximidade das duas diretorias é estratégica, também,
visando a nova votação de cotas de televisão, prevista para 2016. O
mandatário rubro-negro deixa claro:
— Hoje temos interesses e
ameaças em comum, mas no momento não existe nenhuma parceria formal.
Porém, não descartamos que isso aconteça no futuro — disse.
Flamengo
e Corinthians são os que mais recebem direitos de transmissão, mas hoje
o Rubro-negro depende bem menos da verba, já que teve a maior receita
de 2014, R$ 64 milhões, com patrocínios recordes. O Corinthians, com uma
dívida de quase R$ 100 milhões em seu último balanço, tenta se
reestruturar após cair na Libertadores.
— É a fábula da formiga e
da cigarra. O Flamengo fez a reestruturação, paga impostos, o
Corinthians se atolou em dívida e vinha sonegando desde 2007— avalia o
consultor Amir Somoggi.
Bandeira diz que nesse ritmo o Flamengo pode pensar em nível mundial.
—
O Flamengo vem se estruturando nos últimos anos de forma profissional
para que, em breve, possamos dar o salto que nos permita mudar de
patamar em termos de receita. Mais fortes financeiramente, temos
condições de sonhar com um Flamengo verdadeiramente mundial.
Aproximação para reforçar time
O
Flamengo se aproximou do Corinthians, também, interessado na
"liquidação" corinthiana de atletas. Sondou Jadson, Petros, Elias,
Sheik, Guerrero e até Alexandre Pato, que pertence ao clube mas foi
emprestado ao São Paulo. No fim, ficou com o principal jogador,
Guerrero, e seu companheiro, Sheik. Segundo o presidente Eduardo
Bandeira de Mello, a intenção foi reforçar o time, não ajudar o coirmão.
—
Temos uma boa relação e isso não passa só pela negociação de jogadores.
O Flamengo não se preocupou em ajudar o Corinthians. Se preocupou em
reforçar seu time de futebol — afirmou o mandatário, que concordou de
bom grado com o presidente Roberto Andrade para não usar Guerrero e
Sheik hoje.
Para Amir Somoggi, não há razão para o Flamengo se solidarizar ao Corinthians.
—
Não sei porque o Flamengo quer se juntar com o Corinthians, que está
quebrado e tenta sobreviver e pagar um estádio de R$ 1 bilhão. Tinha que
trabalhar em prol do futebol brasileiro, não de Flamengo e Corinthians.
Quando o Corinthians nadava de braçada não se preocupou com o Flamengo.
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