Melhor jogador das finais (MVP)
do NBB 7, Nico Laprovittola
está no céu. Literalmente. Campeão de mais uma edição da principal
competição do basquete brasileiro, o armador do Flamengo riscou de sua
lista
mais um item de “coisas que não pode viver sem”. Amante de basquete e
peça fundamental na conquista do tetracampeonato rubro-negro - o
terceiro consecutivo - o
argentino também é fãs dos esportes radicais. Além de telespectador
assíduo de programas do gênero, ele costuma se aventurar. Já
experimentou asa delta e parapente. Desta vez, ousou mais. De férias,
aceitou o convite
do GloboEsporte.com na última quinta-feira para fazer um salto
duplo de paraquedas no Aeroporto Municipal de Resende, a 170 km da capital do Rio
de Janeiro.
A
12 mil pés (cerca de 4.000 metros) do solo, com 40 segundos de queda
livre, Nico personificou dois dos versos mais entoados pela torcida ao
saltar "com o manto sagrado e a bandeira na mão". Na aterrissagem, outro
cântico ajudou a extravasar a adrenalina do sempre tranquilo manicaca
(gíria para o iniciante de Sky Dive):
- Isso aqui é Flamengo, po***.
E uma frase que resume o desafio:
- Minha vida mudou depois disso.
A ideia de superar seus limites nasceu quando ainda era
um garoto da cidade de Moron, a 20 km do centro de Buenos Aires. Próximo da
casa de seu avô Juancito Laprovittola, Nico via “pássaros-humanos” sobrevoarem
propriedades. O desejo de poder ser um deles veio 20 anos depois, graças a uma
promessa feita dentro da academia da Gávea, antes de a bola subir para as finais
contra Bauru. Se a série terminasse 2 a 0, ele e os preparadores físicos Diego
Falcão e Rafael Bernardelli executariam o salto.
- Quando eu era pequeno, cerca de cinco anos, ia pra casa
do meu avô. Ela era mais distante e no meio caminho tinha uma cidade com vários
paraquedistas. Eu sempre olhava dentro do carro as pessoas saltando e tinha
vontade de fazer também. Quando fiz o parapente (há alguns meses), me
lembrei disso. O parapente é legal, mas eu queria mais – relembrou o argentino,
que teve a companhia de Bernardelli, mas não de Falcão, de férias no Nordeste.
Nico Laprovittola sobrevoa a região do Pico das Agulhas Negras em voo duplo com o paraquedista Antônio Azevedo (Foto: Alexandre Carneiro / Atomic Paraquedismo)
A
tranquilidade demonstrada no trajeto pela principal BR-116 e nas três
horas e meia de espera já no local do voo espantou até os mais
experientes. Decolar de costas para a pista, num monomotor, com mais 11
pessoas, não o fez pensar em desistir. Pelo contrário. O grito de "isso
aqui não é vasco" mostrava toda sua gana de se jogar.
- Foi uma adrenalina impressionante, outra perspectiva. Com certeza, vou saltar de novo. Vai ter mais salto.
Antes do salto, Laprovittola faz todo o procedimento de queda em simulação (Foto: André Durão)
O MVP das finais brinca antes de entrar no avião (Foto: André Durão)
Segurando a bandeira do Flamengo, o argentino "voa" no céu de Resende (Foto: André Durão)
Um
dos proprietários e instrutores da Atomic Paraquedismo, Antônio Azevedo
foi a dupla do argentino no ar. Ele elogiou o comportamento do armador
do Flamengo e da seleção hermana durante toda a queda.
-
Nunca tivemos nenhum MVP aqui com a gente. O Nico nos deu essa
oportunidade. Foi iradíssimo o salto dele, manda bem, é adrenalina pura.
Se desistir do basquete, a vaga está garantida aqui. A estatura e o
arco dele são muito bons, assim como o peso. Teve uma reação muito boa,
não precisei fazer nenhum tipo de sinal pra ele. Só gritou para soltar a
adrenalina. É isso mesmo.
O salto executado pode ser
comparado à trajetória com a camisa do Flamengo nesta última temporada
do NBB. Da turbulência inicial, com as más atuações e derrotas
inesperadas, à calmaria final, com o troféu de campeão e o prêmio de MVP
da série decisiva. De férias até os últimos dias de junho, quando vai
se apresentar à seleção argentina para a disputa do Pan-Americano, Nico
só quer saber de curtir, voar.
Laprovittola se prepara para aterrissar (Foto: André Durão)
Momento da chegada (Foto: André Durão)
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