sábado, 21 de setembro de 2013

Sofrendo com o Flamengo em Ica, Fabi quer fim de má fase: 'Não pode cair nunca'


Fabi treino Brasil vôlei (Foto: Thierry Gozzer)
Dentro de quadra Fabi não tem do que reclamar. Os últimos anos foram perfeitos. Bicampeã olímpica e atual campeã do Grand Prix, a líbero é considerada uma das melhores do mundo em sua posição e junto da seleção brasileira está passeando em cima das rivais no Sul-Americano de vôlei em Ica, no Peru. Mas quando o assunto é uma de suas paixões, a jogadora não pode dizer o mesmo. "Direto do deserto", a experiente atleta está acompanhando e sofrendo com o momento do Flamengo no Campeonato Brasileiro. Pela internet, Fabi ficou sabendo da derrota por 4 a 2, de virada, para o Atlético-PR, e do pedido de demissão do técnico Mano Menezes.

Triste com a situação, a jogadora espera que o time não passe o sufoco de brigar contra o rebaixamento, e lamenta a saída do "chefe", como ela chamou Mano Menezes, que ao deixar o clube, disse que nos três meses à frente do Flamengo não tinha conseguido fazer os atletas assimilarem o que ele havia pedido.

- Não dá para sofrer tanto. O time não pode cair nunca, meu Deus. Eu tenho saudade do Flamengo disputando decisões. O país fica mais feliz com o Flamengo. Para o Brasileirão é bacana. A política do país já nos traz tantas notícias malucas, ruins, e a única alegria que temos é o esporte, é o Flamengo, e nem isso estou conseguindo. Eu espero que o Flamengo termine o campeonato dignamente, que não passe o sufoco para não cair, mas quero ver o time lá em cima de novo - entrega Fabi.


Fabi no Flamengo com a medalha olímpica (Foto: Fernando Azevedo / Fla Imagem) 
Fabi no Flamengo com a medalha olímpica conquistada em Londres (Foto: Fernando Azevedo / Fla Imagem)

Depois do jogo contra a Colômbia, o segundo do Sul-Americano, vencido por 3 sets a 0, Fabi voltou para o hotel. E ao ver as notícias, a jogadora sofreu mais um pouco. Confiante numa reviravolta, ela dá um voto de confiança ao grupo Rubro-Negro, apesar de não ter gostado da saída do treinador. A equipe ocupa a 15ª posição no Campeonato Brasileiro e enfrenta o Náutico na próxima rodada, neste domingo. Fabi, por sua vez, volta a jogar neste sábado, quando o Brasil enfrenta a Venezuela, às 18h (de Brasília), e pode garantir a vaga no Mundial.

- Eu estou acompanhando as notícias aqui de Ica, vi que o Mano caiu, que o Flamengo perdeu. Fiquei triste com mais uma derrota e não queria que o Mano tivesse saído, é o chefe, o comandante. O Flamengo está vivendo um momento difícil. Deu para perceber que eles estão tentando fazer um trabalho bom, mas algumas coisas refletem ali dentro. Vi o jogo contra o Cruzeiro, o gol do Elias no finalzinho (pelas oitavas da Copa do Brasil). O time compreende o que é o Flamengo, a importância da camisa. O Flamengo esse ano teve lampejos de Flamengo, o Elias se emocionando, o time brigando até o final. Eu espero que seja um ano com mais cara do Flamengo em 2014 - sonha Fabi.

Sonho de um dia ser campeã no Fla

fabi e zico vôlei flamengo (Foto: Reprodução/Instagram)Aos 33 anos, Fabi já conquistou quase tudo que uma jogadora poderia querer. É pentacampeã do Grand Prix, bicampeã olímpica, já venceu Pan-Americano e foi por duas vezes prata no Mundial, além de campeã da Copa dos Campeões. Um sonho porém, ela ainda guarda no coração Rubro-Negro. O de ser campeã no Flamengo caso o clube um dia volte com um time profissional de vôlei. A jogadora começou a carreira na base do clube, em 1992, voltou em 1999/2000, e pela coisa maldita, vasco , logo no arquirrival, foi vice-campeã perdendo para o Mengão, de Leila e Virna, a final da Superliga daquele ano.

- O Flamengo é minha paixão. Não sei se terei tempo hábil de jogar lá de novo comigo em atividade, mas é um sonho. Vou fazer nove anos de Rio de Janeiro, é uma história bonita, mas o Flamengo transcende o profissional, vem de pequena, desde sempre eu acompanho o Flamengo, não teria como não ser - diz Fabi.

A jogadora também ficou triste com o fim de alguns esportes olímpicos do clube, como o judô. Mas espera que a diretoria cumpra com o que prometeu: voltar com as modalidades quando a parte financeira for sanada.

- Eu fico muito triste quando acaba com um esporte amador dentro do país que vai trazer as Olimpíadas. Eu procuro acreditar nas pessoas. O Flamengo disse que não tinha condições de manter. A diretoria pediu um voto de confiança e estou dando. Eu, como Rubro-Negra, estou dando esse voto. Eles prometeram que iriam parar e voltar quando pudessem. Espero que seja assim - finaliza a jogadora.


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