O presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do basquete, Fabrício Dazzi, deferiu o pedido do procurador Rafael Fachada e suspendeu preventivamente por 30 dias os atletas Marcelinho Machado e Caio Torres, do Flamengo, por conta da confusão com atletas do São José no jogo 4 da semifinal do NBB.
Dessa forma, ambos estão fora da final do campeonato, neste sábado, às
10h, contra o Uberlândia, na Arena da Barra, no Rio de Janeiro. Também
foi suspenso o preparador físico Rafael Bernardelli.
No Flamengo, o vice-presidente jurídico Flávio Willeman já prepara um
pedido de reconsideração da medida. Ele cuidará pessoalmente do caso e
deve entrar com o recurso ainda nesta noite:
- O Flamengo não foi intimado ainda, vou conhecer os termos da decisão e
vou analisar para ver qual medida iremos adotar. Ainda hoje devemos
entrar com um pedido de reconsideração, mas preciso conhecer os termos
da decisão - disse Willeman.
Dazzi explicou que pode reconsiderar a decisão, desde que a defesa do
Flamengo apresente novos elementos. Ao justificar sua medida, ele narrou
as provas nas quais se baseou:
- Eles podem recorrer. Mas hoje com as provas, denúncia, relatórios
disciplinares da súmula e imagem... Analisei com base nessas provas. Se
surgir algum elemento novo posso reconsiderar, claro - explicou Dazzi
Ele não viu razões para aplicar a suspensão preventiva ao árbitro da
partida, Cristiano Maranho. O documento que esclarece que Dazzi tomou a
decisão por "não vislumbrar ato infracional grave" que justifique a
medida. No texto que fundamenta a suspensão preventiva, o presidente do
tribunal diz que "se tornaram públicos e notórios todos os fatos
narrados na denúncia, o que demanda uma providência urgente".
Diz o documento: "Pelo relato da denúncia, das provas e imagens
amplamente divulgadas pela imprensa, percebe-se que há urgente
necessidade de que a Justiça Desportiva ofereça resposta rápida e
eficiente para que tais atos sejam coibidos, pois constituem afronta aos
princípios da moralidade desportiva, do espírito desportivo (fair play)
e da estabilidade das competições".
Conforme antecipou o GLOBOESPORTE.COM, além de Marcelinho e Caio Torres, o atleta Kojo e outros membros da comissão técnica foram denunciados.
Porém, não entraram no pedido de suspensão preventiva e só poderão ser
punidos após julgamento, que não acontecerá nesta semana por conta do
feriado. Fulvio, do São José, que seria um dos protagonistas da confusão
na semifinal não foi denunciado. Foi incluído como testemunha no pedido
da Procuradoria. O procurador Rafael Fachada explicou que, contudo, ele
pode ser denunciado após os envolvidos no caso serem ouvidos, o que não
aconteceu agora porque não é possível constatar o que foi dito pelo
atleta pelas imagens da partida.
A confusão no fim do jogo 4 da semifinal do NBB entre Flamengo e São José (Foto: Reprodução SporTV)
Marcelinho e Caio Torres foram denunciados nos artigos 254-A (praticar
agressão física durante a partida) e 257 (participar de rixa, conflito
ou tumulto, durante a partida) do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva (CBJD). Kojo entrou apenas no artigo 257, mas não está entre
os relacionados no pedido de suspensão preventiva. Bernardelli, além do
254-A e do 257, foi denunciado no artigo 243-F (ofender alguém em sua
honra, por fato relacionado diretamente ao desporto). O supervisor André
Guimarães também foi enquadrado no artigo 257, o fisioterapeuta Ricardo
Machado no 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à
ética desportiva não tipificada pelas demais regras) e o Flamengo no
257, 213 (deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir) e
258-D, que permite aplicação de multa além das sanções previstas nos
demais artigos. Os pedidos de suspensão preventiva se referem apenas a
Marcelinho, Caio Torres e Bernardelli, do Flamengo, e ao árbitro
Maranho.
O pedido de suspensão preventiva de Marcelinho Machado, que ficou no
banco do Flamengo nos playoffs, mas não vem sendo utilizado porque ainda
está em fase de recuperação de uma cirurgia no joelho que o afastou da
temporada, é justificado dessa forma: "Com sua atuação foi responsável
por desencadear toda a confusão que se verificou nas provas
apresentadas, sendo responsável pelo caos instaurado". O nome de Caio
Torres está acompanhado da seguinte explicação para o pedido: "Teve
atuação destacada na confusão, sendo de imensa gravidade os atos
praticados pelo denunciado, como pode ser visualizado pelos relatórios e
pela prova de vídeo, quando o mesmo agride diversos atletas
adversários".
No caso do árbitro Cristiano Maranho a acusação é de omissão. Ele já
fora denunciado pela Procuradoria em outro caso recente, o da suspensão
de Jeff Agba, do Bauru. Diz o pedido de suspensão preventiva para o
árbitro: "Claramente omitiu-se, sendo um dos grandes responsáveis pela
confusão instaurada, e deve ser preventivamente suspenso até que este
STJD possa avaliar a fundo e de forma completa sua responsabilidade".
A briga generalizada
Logo após o término do jogo 4, em São José dos Campos, Marcelinho
Machado, que ainda se recupera de lesão e estava no banco rubro-negro,
foi até Fúlvio no centro da quadra. Os dois trocaram palavras rápidas e o
ala carioca fez o movimento para acertar uma cabeçada no rival. Fúlvio
levou a mão ao rosto, Murilo tomou as dores, partiu para cima de
Marcelinho e o acertou por trás. Rafael Bernardelli, um dos preparadores
do Fla, empurrou o pivô joseense de volta.
A turma do “deixa disso” tentou entrar em ação, mas alguns atletas e
membros das comissões tentavam tirar satisfação com os adversários. No
meio do bolo, Caio Torres tentou acertar um rival com um soco. O pivô
rubro-negro era um dos mais furiosos, tendo de ser segurado por
Marcelinho. Foram quase dez minutos até que situação fosse
tranquilizada. Depois de muito custo, os times foram para os vestiários,
mas as trocas de acusações continuaram nas entrevistas.
O Flamengo enfrenta o Uberlândia neste sábado, às 10h, na Arena da
Barra, pela final da temporada 2012/2013 do NBB, com transmissão ao vivo
da TV Globo e do SporTV. O
GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em tempo real com vídeos. A venda de
ingressos para sócios-torcedores e clientes do banco HSBC começou nesta
terça-feira. Nesta quarta, o público em geral terá acesso à venda dos
bilhetes.
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