O rosto coberto pela camisa ainda limpa e a expressão frustrada na volta ao banco de reservas marcaram a curta participação de Carlos Eduardo
no jogo do Flamengo contra o Duque de Caxias, sábado passado, em Moça
Bonita. Chamado pelo técnico Jorginho, o meia-atacante substituiu
Rodolfo no intervalo, mas ficou apenas dez minutos em campo e nada fez
no empate por 1 a 1. Uma fisgada na coxa esquerda tirou o jogador da
partida e trouxe à tona um fantasma que o assombra nos dois últimos
anos: as lesões. Na tarde desta segunda-feira, ele se reapresenta com os
companheiros e será reavaliado pelos médicos para saber a gravidade do
problema.
Carlos Eduardo se apresentou ao Flamengo em 25 de janeiro e assinou
contrato de empréstimo de um ano e meio. Na Gávea, recebeu a camisa 10 e
a missão de ser o condutor do time. Pouco mais de dois meses depois, o
jogador disputou sete partidas, ainda não fez um gol sequer e não é
titular. Tenta conquistar a confiança da torcida e justificar toda a
expectativa que sua contratação gerou nos rubro-negros.
Aos 25 anos, ele alimenta o sonho de jogar a Copa do Mundo do ano que
vem, mas antes precisa dar certo no clube da Gávea. O risco de ter de
parar por conta de uma nova lesão devolve a Carlos Eduardo a lembrança
amarga das duas temporadas anteriores. De 2010 até o fim do ano passado,
disputou só 13 partidas e fez dois gols. A grave tendinite no joelho
esquerdo, que resultou numa cirurgia, atrapalhou o jogador na passagem
pelo Rubin Kazan, da Rússia.
Após dez minutos em campo, Carlos Eduardo foi obrigado a sair (Foto: Alexandre Cassiano/Agência Globo)
Em entrevista no fim de março, Jorginho analisou o mau momento de
Carlos Eduardo e classificou o meia-atacante como um jogador fechado.
Chegou a citar que um psicólogo poderia ajudar nesse tipo de caso,
possibilidade descartada pelo diretor de futebol Paulo Pelaipe. Após o
jogo contra o Duque de Caxias, o treinador disse que Cadu precisa
superar as dificuldades no campo.
- Não falei que ele tinha problema psicológico. Fui mal interpretado.
Falei que ele era introvertido. Ele precisa de jogo, de jogar. Isso
acontece com o atleta, infelizmente. Fica muito tempo parado, não estava
aqui na preparação dele. Não sabemos o que foi feito. Mesmo assim é
possível que ele tenha uma contusão. Acontece. Não é uma dorzinha aqui
ou ali. Ele sentiu um incômodo muscular e não tinha como seguir.
Ainda no campo, o principal reforço rubro-negro em 2013 lamentou mais
um problema e rejeitou a hipótese de que a pressão que vem sofrendo
tenha causado o incômodo.
- Estava bem no jogo, confiante, dei um passe para o Rafinha e senti (a
coxa esquerda). Creio que não (efeito de problema psicológico). Sei que
jogar no Flamengo é pressão e estou acostumado com isso desde pequeno -
garantiu, à Rádio Globo, vascaína.
Eliminado da Taça Rio, o Flamengo vai apenas cumprir tabela contra Fluminense, domingo que vem, e Macaé, uma semana depois.
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