sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Divulgação de pesquisa causa racha entre chapas de oposição do Flamengo


Eduardo Bandeira de Mello, candidato da chapa azul no Flamengo (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)A 17 dias da eleição do Flamengo, as chapas de oposição se sentaram pela primeira vez à mesma mesa para discutir uma possível união para enfrentar nas urnas a presidente do clube, Patricia Amorim, que tentará o segundo mandato no pleito de 3 de dezembro. Na tarde desta sexta-feira, os cinco candidatos opositores se reuniram durante duas horas no restaurante de um hotel na Zona Sul do Rio. Porém, o clima não foi dos mais amenos. A publicação nesta sexta-feira de uma pesquisa feita pela Chapa Azul, encabeçada por Eduardo Bandeira de Mello, na coluna de Renato Mauricio Prado, no jornal O Globo, foi o estopim de uma tensa discussão que levou o candidato da Chapa Rosa, Jorge Rodrigues, a decretar ao fim do encontro que a aliança com Bandeira de Mello e seus pares é "impossível".

Eduardo Bandeira de Mello na saída da reunião (Foto)

A pesquisa aponta que o candidato da Chapa Azul teria 50,4% dos votos, com larga vantagem sobre Patricia Amorim, que apareceria na segunda posição, com 14,8%. Os números foram ironizados por Rodrigues.

- Foi o início de uma conversa, vamos começar a elaborar uma forma de nos juntarmos. Vamos fazer uma pesquisa séria, porque essa que foi divulgada a gente sabe que foi toda armada. Ninguém gostou, foi totalmente dirigida pela Chapa Azul, não tem cabimento. Se fosse verdadeira, acha que sentariam com a gente hoje? É uma prova que foi manipulada. Ninguém faz acordo sabendo que já é vencedor. Com a Chapa Azul, depois dessa pesquisa fajuta, não há como. Colocaram aquilo para sentar com a gente por cima. Com a Chapa Azul, não há a mínima possibilidade de acordo.

Jorge Rodrigues foi acusado recentemente pelos integrantes da Chapa Azul de fazer aliança com a chapa de situação, de Patricia Amorim, para forçar a impugnação dos nomes de Wallim Vasconcellos e Rodolfo Landim na reunião do Conselho de Administração realizada no último dia 8. O ex-presidente Marcio Braga, aliado da Chapa Azul, chegou a afirmar que o grupo combatia a chapa de "Jorge Amorim ou Patricia Rodrigues". Jorge Rodrigues, por sua vez, assegurou que só se tornou candidato por se sentir traído por Amorim e garantiu que não haverá aliança com a atual mandatária do clube.

Mauricio rodrigues, candidato no Flamengo (Foto: Vicente Seda / GLOBOESPORTE.COM)
Estiveram no hotel Eduardo Bandeira de Mello, Jorge Rodrigues, Lysias Itapicurú, Mauricio Rodrigues e Ronaldo Gomlevsky. O movimento de união das oposições vinha ganhando força nos últimos dias, porém a divulgação da pesquisa dificultou o acordo. O encontro foi convocado por Lysias, durante a comemoração dos 117 anos do Flamengo, na quinta-feira, na Gávea. A Chapa Azul foi convidada posteriormente.

Indagado sobre a evolução das tratativas, Eduardo Bandeira de Mello foi sucinto, sem mostrar muito otimismo. Ele deu a entender que espera que as conversas encaminhem o apoio das demais chapas de oposição ao grupo que sair vencedor no pleito.

Mauricio Rodrigues também esteve no almoço (Foto)

- Possibilidade sempre há, e a Chapa Azul está sempre aberta a conversar. Foi um início de entendimento, é bom conversar até para todos se conhecerem e garantir uma melhor governabilidade do Flamengo. É mais um entendimento para quem ganhar ter o apoio dos outros - disse Bandeira de Mello.

O candidato da Chapa Azul mostrou cautela ao ser perguntado se havia a chance de união das cinco chapas antes das eleições.

- Quem sabe mais para frente pode acontecer alguma coisa? A gente está sempre disposto a conversar. Ainda não está marcada outra reunião, mas, se me chamarem, estarei presente.

Mauricio Rodrigues também se revelou reticente quanto à união das chapas. Ele acredita que duas ou três delas podem se juntar, mas não crê em candidatura única de oposição.

- É difícil que todas se unam. Foi uma primeira conversa, as pessoas mostraram uma postura bastante rígida, todos querem ser presidentes, natural que seja assim em um primeiro encontro. A gente vai esperar mais um pouco, devemos conversar mais no fim da próxima semana. A minha proposta foi que seja feita uma pesquisa séria e que, a partir daí, a gente possa passar a definir uma possível união, aproveitando o melhor de cada chapa - afirmou.

Consultado, Ronaldo Gomlevsky também confirmou que houve tensão na reunião, mas procurou manter o otimismo, apesar de acreditar que a união de todas as chapas de oposição é inviável.

- Todas as chapas, acho muito difícil. É claro que houve momentos em que a coisa esquentou um pouco, por causa dessa pesquisa que saiu, mas política é assim. Na foto, sai todo mundo sorrindo. Vamos ver o que vai acontecer nas próximas conversas, tudo é possível.

Lysias Itapicurú adotou discurso semelhante, condenando a divulgação da pesquisa e demonstrando confiança na união de algumas candidaturas.

- A pesquisa causou um desconforto muito grande, até porque todos sabemos que não é verdade. mas há possibilidade de união, sim, as chapas vão continuar o diálogo, até porque eu estou trabalhando muito para isso.


Nenhum comentário:

Postar um comentário