O vice-presidente jurídico do Flamengo, Rafael de Piro, deu a sua
versão para o caso do exame de sangue de Ronaldinho Gaúcho que apontaria
álcool no organismo do jogador e que seria usado como prova do clube
para caracterizar a falta de profissionalismo do ex-camisa 10 no
tribunal. O dirigente foi incisivo ao comentar a possibilidade de os
advogados do atleta entrarem com ação por danos morais e tratou como um
"mal-entendido" o desencontro com o departamento médico. Nesta
segunda-feira, José Luiz Runco, que chefia os médicos do clube, garantiu que não há qualquer traço de álcool no prontuário de Ronaldinho, que realizou apenas exames de rotina no Rubro-Negro. No último dia 5, porém, De Piro afirmou ao Globoesporte.com que um "exame constatou álcool no sangue de Ronaldinho".
Nesta segunda, o dirigente explicou que soube da existência do exame
através de "muita gente que ligou", mas sem especificar quem. Indagado
se fora informado por algum funcionário do departamento médico, ele
negou.
- Muita gente me ligou, não vou dizer quem. Pedi então que apurassem no
departamento médico e agora temos a confirmação de que esse exame não
existe. Embora muitas pessoas tenham me dito que haveria esse exame, eu
respeito a opinião do Runco. Mas não há problema. Isso seria mais uma
prova entre muitas outras que existem a respeito daquilo que a gente
pretende provar em relação à imagem do Ronaldinho. Essa seria apenas
mais uma irrefutável, em um universo de muitas outras - argumentou De
Piro.
Questionado sobre a sua declaração de que o exame existia e que havia
apontado a presença de álcool no organismo do atleta, o dirigente
rebateu:
- Eu não disse que existia, disse que, se existisse, seria usado. Tanto
que falo que já tinha pedido para levantar. Se pedi para levantar, é
porque não tinha o exame - alegou.
Na entrevista concedida no dia 5, contudo, Rafael de Piro deu uma versão diferente:
- Isso (o exame) foi feito. Não sei dizer quando, mas sei que foi
feito. O exame constatou álcool no sangue do Ronaldinho. Acho que ele
nem sabia do resultado do exame. Isso está comprovado e é prova mais do
que clara. Já pedimos ao departamento médico e deve chegar para mim hoje
ou amanhã. Existe o exame, vamos levantar e certamente será usado. É
mais uma prova inequívoca do comportamento inadequado dele. O fato de
ter sido encontrado álcool no sangue dele é um negócio bastante grave.
Estamos levantando essas provas. É um exame, o vídeo. Vamos jogar com
todas as forças
De Piro preferiu não dar detalhes do "universo de muitas outras" provas
que diz ter e se limitou a dizer que não pode falar a respeito, porque o
processo corre em segredo de Justiça. O dirigente, porém, foi duro ao
responder sobre a possibilidade de os advogados de Ronaldinho entrarem
com ação por danos morais em razão do episódio. Aldo Giovani Kurle,
advogado que atua ao lado de Gislaine Nunes no caso, afirmou que essa
hipótese está sendo discutida.
- Eu compreendo na medida em que ele (o advogado) é funcionário da
família Assis, mas isso não fui eu que inventei, nem eu que disse. Foi
amplamente noticiado por todos os meios de comunicação. Toda semana um
fato dessa natureza era veiculado em relação ao Ronaldinho. Nunca o
levei para a noite nem nunca saí para beber com ele. Os jornais todos é
que publicavam. Eu falo com base na realidade dos fatos e de tudo o que
saiu na imprensa, não tem nada na minha cabeça. Mas entendo a posição do
advogado, é funcionário da família Assis e está no papel dele.
Sobre Runco, o vice jurídico foi breve:
- Falarei com ele. Houve um mal-entendido, mas já está superado. Agora só vou me pronunciar na Justiça.
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