Faz tempo. Tanto que Diego Maurício
nem lembrava. Dia 21 de maio de 2011. Naquele sábado em Macaé, o
Flamengo estreava no Campeonato Brasileiro. Campeão carioca invicto, o
Rubro-Negro, comandado por Vanderlei Luxemburgo, entrou no nacional como
favorito ao título. Na rodada de abertura, contra o Avaí, goleada por 4
a 0 em dia de Ronaldinho Gaúcho endiabrado. Drogbinha entrou e deixou o
dele em lance que decretou o placar.
Vinte e um de maio de 2012. De lá para cá, Diego entrou em campo 30
vezes, mas só quatro como titular. Nos outros 26 jogos, na maior parte
do tempo disputou poucos minutos. Nesta temporada, foram oito (começou
quatro). Gols? Nem pensar. Um ano depois, nem se deu conta de que fazia
tanto tempo.
- Nem lembrava disso, não. Lembro do gol, que fiz uma tabela com o
Ronaldo e marquei o quarto. Mas não é só um ano sem fazer gol, mas
praticamente sem jogar. Você só é visto quando joga pelo menos 45
minutos. Às vezes, em 15 minutos você até tem como fazer alguma coisa,
mas na maioria das vezes não dá. É complicado, faz um ano que não faço
gol, está sendo uma pressão para mim. Mas pego isso para tentar me
motivar para aproveitar as chances que chegarem. As chances não estavam
aparecendo, mas agora estão voltando a aparecer. Vou voltar a fazer gol.
Diego Maurício arranca com a bola em treino do Flamengo (Foto: André Portugal / Vipcomm)
Desde que se tornou profissional, em 2010, ele disputou 73 partidas e
marcou oito vezes. No início do ano, o jogador ficou fora da
pré-temporada por conta de uma cirurgia de retirada das amígdalas e
correção de desvio de septo. Não entrou na lista de 25 inscritos que o
ex-técnico Vanderlei Luxemburgo fez para a Pré-Libertadores e não foi
uma das três mudanças que Joel Santana pôde fazer para a fase de grupos
(entraram Marcos González, Galhardo e Vagner Love). Com Luxa, a falta de
oportunidades também foi provocada por atos de indisciplina. Diego
chegou atrasado a treinos por mais de uma vez e acabou punido. Assume os
erros e as consequências, como o corte da Seleção Brasileira antes da
disputa do Mundial Sub-20.
- Não tenho nada para falar dos treinadores, é o jogador que faz os
jogos, nós temos que dar o nosso melhor. Aconteceu mesmo, a
responsabilidade é toda minha, não boto culpa nenhuma nos treinadores.
Tudo é responsabilidade minha, as coisas aconteceram da forma que eu
fiz, mas isso é página virada, tenho que fazer meu trabalho. Essa maré
uma hora acaba. Independentemente do treinador, se eu não fizer um bom
papel outro jogador vai entrar.
No último sábado, Diego ficou no banco na estreia do time no
Brasileirão, mas não participou do empate por 1 a 1, na Ilha do Retiro.
- Estou tentando ganhar espaço, as coisas estão voltando a acontecer. A
cirurgia que fiz complicou um pouco. Voltei a jogar só no fim do
Carioca, mas não nos classificamos. Não tive chance de jogar a
Libertadores. É complicado. Tem que trabalhar, se doar, fazer um ótimo
trabalho. Tem qua acatar o que diz o treinador. Estou motivadíssimo.
Claro que fico triste quando não jogo, mas vestir a camisa do Flamengo é
uma motivação, é o lugar onde nasci, fui projetado. No time em que
estou nunca posso perder a motivação.
O Mengão enfrenta o Inter na segunda rodada, sábado, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário