O porte físico assusta à primeira vista. Mas basta Gustavo pronunciar
algumas palavras para a fala mansa revelar um cara tranquilo, do tipo
que curte novelas, tem como principal badalação ir ao shopping com a
família e foge do estereótipo de boleiro. A força física ele usa apenas
para combater os adversários e nos potentes chutes de fora da área.
Evangélico, o zagueiro de 25 anos reza todas as noites e agradece por
ter chegado ao Flamengo depois de uma peregrinação por clubes pequenos.
Mesmo com ajuda divina, porém, a vaga não cairá do céu.
- Muitas coisas aconteceram na minha vida, mas tenho a cabeça boa, os
pés no chão. A expectativa agora é para ter uma chance. Mas já posso
dizer que estou ao lado de um ídolo, que é o Ronaldinho. Pedi a camisa
que ele usou na estreia do Brasileiro, contra o Avaí. Coloquei num
quadro que está na sala da casa dos meus pais – revelou Gustavo.
Muito forte, Gustavo ganhou apelido curioso: Geladeira (Foto: Janir Junior/Globoesporte.com)
A casa dos pais João Batista e Rita de Cássia fica em Atílio Vivacqua,
interior do Espírito Santo, onde Gustavo nasceu. Apesar de ainda não
conseguir comprar fiado nas padarias locais, Gustavo revela que a cidade
se orgulha do filho da terra.
- Fizeram a maior festa quando eu acertei com o Flamengo. Rodei por
clubes como o Tigres, CRB, Potiguar, Boavista, Duque de Caxias até
chegar ao Flamengo. Minha carreira sempre foi batalhar – afirmou o
jogador.
Quando chegou ao Flamengo, a batalha foi contra a balança e para
recuperar a forma física. O jogador cumpriu um período de treinos
separado do grupo. Contra o Atlético-MG, neste sábado, às 18h30m, no
Engenhão, Gustavo poderá sentir o gostinho de ficar no banco pela
primeira vez.
- Perdi peso desde que cheguei e melhorei bem. Com a ansiedade pelo
acerto com o Flamengo, acabei comendo demais, agora fechei a boca, tive
acompanhamento de nutricionista.
Dentro de campo, Gustavo se define como um zagueiro de forte desarme e
com chute potente. Fora das quatro linhas, o jogador revela ter
personalidade atípica em meio aos boleiros.
- Sou noveleiro, gosto de assistir filmes de ação, ir ao shopping e
ficar com a minha família (ele é casado com Carla e tem uma filha
Geovanna, de oito meses). Curto música evangélica, vou à Igreja e sempre
leio a Bíblia. Meu prato preferido é arroz, feijão, bife e batata
frita.
Depois de roer o osso, Gustavo quer comer o filé. O jogador garante que
nunca foi chegado à malhação. Segundo ele, o porte físico é herança
genética do pai.
- Nunca fui de malhar. Sempre tive essa massa muscular.
A tal massa muscular lhe rendeu 1,86m, cerca de 90 kg e um apelido logo nos primeiros dias de clube.
- O pessoal me chama de Geladeira. Eu levo numa boa.
No Flamengo, na base da força e da fé, o Geladeira busca seu espaço sem medo de entrar numa fria.
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