quarta-feira, 30 de março de 2011

Willians: cão de guarda do Flamengo não faz questão de virar garçom

Willians recebeu de Ronaldinho Gaúcho o apelido de pitbull. Com faro apurado para “morder” e roubar bolas, o jogador se rendeu às críticas e decidiu que com Vanderlei Luxemburgo passaria a aprimorar o passe, fundamento que ele admite ser falho. Mas nada ao ponto de virar garçom para os seus companheiros. Willians trabalha para melhorar, quer ser mesmo o cão de guarda do Flamengo.

Willians Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)'Feras' reunidas: Willians se diverte com Beethoven e Sheik (Foto: André Durão /  Globoesporte.com)
 
- Sempre roubei muitas bolas. Com a chegada do Vanderlei, comecei a querer consertar os erros de passes. Ele é sensacional. Disse que eu tinha muita qualidade, que era para fazer o simples. Tenho humildade e tranquilidade para admitir minha deficiência na saída de bola. Treinei, acredito que melhorei, mas ainda não estou 100%.

Para Willians, roubar uma bola tem sabor especial.

- Para mim, fazer um desarme é como marcar um gol. Lá na frente, temos jogadores como o Thiago Neves e o Ronaldinho, que decidem. Posso até ser garçom e servir meus companheiros, mas sou mesmo é cão de guarda, deixa assim.

Mas o “cão” que ladra também quer morder um golzinho. A última vez que Willians balançou a rede foi no longínquo 20 de setembro de 2009, na vitória do Fla por 3 a 0 sobre o Coritiba, pela 25ª rodada do Brasileirão. O palco ainda era o Maracanã. Com bela cobrança de falta, Petkovic abriu o placar; Adriano, depois de tabela com o próprio Pet, deu um leve toque, encobriu o goleiro e fez 2 a 0; Willians, com um chute forte de fora da área, completou. Hoje, Adriano está no Corinthians, Pet treina à parte e Willians segue em busca do gol.

- É sempre bom fazer um golzinho, né?! (risos). Você fica mais leve para trabalhar, tem a comemoração. Em 2010 passei perto. Este ano ainda faço um.

No fim do ano passado, Willians quase acertou com o Santos. Triste como um cão sem dono, o jogador buscava reconhecimento por parte da diretoria rubro-negra. Queria reajuste salarial e um contrato longo. Conseguiu os dois, e seu astral mudou.

Willians Flamengo (Foto: André Durão / Globoesporte.com)
- Não estava feliz no fim do ano passado. Tive a possibilidade de ir embora, mas fiquei. Ganhei um reajuste que considero merecido. Meu astral mudou - afirmou o jogador, que na semana passada renovou seu contrato com o Flamengo até 2015.

Willians sonha jogar na Europa, mas diz estar feliz no Flamengo. Ele lembra com carinho do grupo de 2009, que contava com Adriano, Pet, Andrade, Léo Moura, entre outros. No elenco atual, ele sente um clima parecido, mas com a figura central sendo Ronaldinho Gaúcho.

- Ele é um cara muito bom e humilde. Fala com todos, dá força e é o capitão da equipe. Tem uma vida quase igual à da gente.

A diferença é no currículo, nas cifras milionárias e nos apelidos. O R10, ou Dente, chama Willians de pitbull.

- Ele me chama assim. Tenho a cara “fechada” por conta da minha personalidade. Tem a hora de prestar atenção no trabalho e a hora de brincar.

Quando chega a hora de brincar em casa, Willians sorri e se diverte com o Sheik, uma mistura de basset com vira-latas que na casa tem fama de intrometido. Já o cachorro da raça labrador atende por Beethoven. Mas o cão de guarda mesmo é o pitbull.


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