GLOBOESPORTE.COM: Após deixar o time principal, como está sua rotina na Gávea? O que exatamente você tem feito com as categorias de base?
PAULO CHUPETA: Hoje estou trabalhando muito mais. Tenho que organizar tudo, escolher treinador, dar condições para eles, ver jogador para o clube. Queremos criar uma excelência na base do Flamengo, com sala de vídeo, estrutura, ajuda de custo para os garotos, e principalmente a parte da educação, que é uma preocupação minha. Queremos fazer do clube uma referência nacional. Hoje eu diria que estamos em 40%, mas até o meio do ano vamos melhorar muito. Vamos lapidando e mostrando para o clube que precisamos ter essas condições. Vamos buscar até atletas fora do Brasil, até porque não é interesse do Flamengo tirar jogadores das outras equipes do Rio. Senão você só muda o jogador de lugar, sem novidade nenhuma. E motivaremos os clubes a fazer o mesmo.
Você parece animado com o trabalho. Pensa em continuar nesse projeto? Ou aguarda alguma proposta para voltar a treinar um time adulto?
A motivação é muito grande, porque eu vim da base, então sei o que os técnicos passam. Se eu tiver condição de ajudá-los, vou dar o máximo. Agora, o tempo? Só o tempo vai dizer. É um trabalho gratificante revelar jogadores que podem até ser aproveitados em 2016.
O que aconteceu para você ser afastado do time principal? O que de fato aconteceu?
Olha, eu tive uma conversa muito franca com a Cristina Callou (vice de Esportes Olímpicos) e com a Patrícia Amorim (presidente), são pessoas de quem eu gosto muito. Acharam que, depois de seis anos com o mesmo grupo, estava desgastado. É como acontece num casamento. E elas acharam melhor dar uma mexida, para motivar o grupo, que é muito forte. Foi uma conversa amistosa e fraterna.
Esse desgaste foi mais de relacionamento pessoal ou um desgaste tático? O time já não respondia mais a você dentro da quadra?
Foi um desgaste de tempo mesmo, de convivência. As mensagens estavam se esgotando. É normal. Quando cheguei a Franca, encontrei o capitão (Marcelinho) e ele veio me dar um abraço. É um grande jogador, que eu vi crescer, gosto muito dele. Então foi isso que aconteceu. Estou muito feliz com a nova função, e não dei um adeus à torcida, só dei um até breve.
Normalmente tento não dar muita atenção a essas críticas, e nem entro muito nos sites para saber. Tive muitos bons momentos no Flamengo, momentos vitoriosos. Muitos amantes do basquete me ligaram. Recebi apoio por e-mail, pelo Orkut, o Rio de Janeiro todo ficou em torno de mim. Temos que valorizar as coisas boas, as coisas ruins eu deixo de lado, porque só magoam a gente.
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