Adiado
após pedidos de esclarecimentos do Conselho Fiscal e de comissão
jurídica interna, o contrato entre Maracanã e Flamengo foi motivo
principal de reunião aberta a conselheiros na noite dessa quinta-feira,
na Gávea. O Conselho Diretor buscou esclarecer pontos do contrato, que
terá duração superior a quatro anos - de acordo com o novo diretor geral
do clube, Bruno Spindel, serão quatro anos e meio de vínculo com o antigo Maior do Mundo, através da concessionária.
O contrato prevê, em cláusula, direito de preferência do Flamengo sobre
a agenda de entretenimento do estádio. Isto é, jogos de mata-mata
decisivos, de Libertadores ou de maior apelo de público devem ser
realizados no Maracanã em detrimento de shows do estádio - a
concessionária vai manter cinco datas por ano para eventos desse tipo,
porém só os realizará no Maracanã em dias que não inviabilizem partidas
de grande apelo de público no estádio.
A exceção, em 2018, é o show do cantor Roger Waters. Na turnê
brasileira, o músico inglês toca no Maracanã dia 24 de outubro. Três
dias depois, o Flamengo enfrenta o Palmeiras, no Maracanã - isto, claro,
se o contrato for assinado.
Em processo de transição, que prevê durar cerca de um mês, ao lado de
Fred Luz, Spindel foi questionado pela reportagem sobre o período longo
de contrato, em vista que no fim do ano o Governo do Estado terá um novo
governador, com possibilidade de fazer nova licitação.
- Essa questão da concessão, cabe à concessionária e ao Governo do Estado. No molde atual de contrato, o nosso acordo julgamos que é interessante financeira e desportivamente.
É o desejo do torcedor também, vai beneficiar nosso sócio-torcedor e dá
tempo ao Flamengo de buscar solução definitiva - afirmou Spindel.
O Flamengo em 2018 acenou com acordo de parceria com o Botafogo. No ano
passado, investiu R$ cerca de 20 milhões na Ilha do Urubu. Soluções
paliativas que, nos bastidores, visavam "isolar" o Maracanã, que ficaria
apenas com o Fluminense para jogar no estádio e, então, seria obrigado a
rever termos de um eventual acordo com o Rubro-Negro.
- O Flamengo e o Maracanã já vinham conversando há muito tempo.
Entendemos que o Maracanã, do porte, do tamanho dele, é muito importante
para o Flamengo e o Flamengo é muito importante para viabilizar o
estádio. Negociações levam tempo. Esse foi o tempo que levamos para
chegar a um acordo - resumiu.
Ilha: Fla quer cortar custos e cobrar responsáveis por prejuízos
Pelo contrato, dependendo da variação de público e renda, o Flamengo
vai ter "desconto" de R$ 120 mil a R$ 700 mil a pagar para a
concessionária - informação publicada anteriormente pelo blog do
jornalista Rodrigo Mattos, no portal Uol. O Rubro-Negro aposta em novo
crescimento do sócio torcedor, com o Maracanã como casa na maioria dos
jogos das próximas temporadas. Além disso, o clube vai receber parte das
receitas em camarotes e na exploração dos bares do estádio.
- Não temos projeção fechada de aumento de receitas, mas temos certeza
que ter o Maracanã por quatro anos e meio contribui para alavancar a
nossa performance esportiva e nossas receitas com o programa de sócios. O
que não interfere nos planos do clube de continuar estudando terrenos
para uma solução definitiva de estádio para o Flamengo - disse o novo
diretor-geral do Flamengo.
Motivo de muitos questionamentos entre conselheiros, a Ilha do Urubu
segue com o uso indefinido. O clube avalia como cortar custos de
operação, já que pouco vai utilizar o estádio da Portuguesa da Ilha do
Governador - cujo aluguel custa R$ 300 mil.
Sem entrar em detalhes, o Flamengo também prepara ação para cobrar as empresas responsáveis pelas colocação das duas torres de iluminação,
que tombaram depois do temporal de fevereiro no Rio de Janeiro. O
seguro era de responsabilidade dos executores da obra na Ilha,
explicaram os dirigentes na reunião da Gávea.
Nenhum comentário:
Postar um comentário