A 11
meses da eleição do Flamengo, um cenário aparentemente atípico pode
colocar lado a lado dois adversários recentes contra um atual aliado.
Ainda é cedo para definições de alianças, mas o caso em questão uniria o
candidato de Eduardo Bandeira de Mello, com chances crescentes de ser o
vice de finanças Claudio Pracownik, com Rodolfo Landim, da chapa verde,
em lado oposto a grupos políticos - parte de situação e de oposição -
de apoio a Maurício Gomes de Mattos, vice-presidente geral eleito na
chapa de Bandeira em 2015.
Antes reticente em falar em candidatura, o vice-presidente de finanças
do Flamengo, Claudio Pracownik, se colocou à disposição para suceder
Bandeira “se for para ajudar o clube”, expressão que usou em entrevista
ao Mundo Rubro-Negro.
- É uma possibilidade que eu posso avaliar – afirmou Pracownik ao site
Mundo Rubro-Negro, que iniciou pelo menos uma campanha prévia: fair play
na eleição de dezembro deste ano.
Em setembro, os grupos entregam as chapas no processo eleitoral
rubro-negro. Tem muita água para rolar ainda, mas Pracownik desponta
como sucessor natural de Bandeira – e é visto como ponto de convergência
para adversários do último pleito. A ponto de anular o desgaste que
levou à cisão política no fim do primeiro mandato de Bandeira.
O atual presidente do Flamengo disse que seu grupo vai ter “candidato
de situação” em evento de gestão de futebol em São Paulo, na última
semana.
- O resultado de campo vai ser decisivo para a eleição em dezembro, mas
não vai ser tudo. O sócio vai votar na continuidade do trabalho, porque
sabe que o trabalho está sendo feito e que os sucessos são resultado
disso e não voos de galinha. Vamos ter um candidato de situação, que vai
sair do nosso grupo, que está unido. Temos um corpo de executivos de
altíssimo nível. E isso vai pesar quando o eleitor do Flamengo vai
definir se quer a continuidade desse projeto ou voltar para situações
desagradáveis – disse Bandeira.
O presidente rubro-negro afirmou que o grupo está unido, referindo-se a
base de apoio da SóFla e outros que andaram ao seu lado nas últimas
duas eleições. Mas há controvérsias. Na Gávea todos sabem que o
relacionamento com o vice-presidente geral Mauricio Gomes de Mattos não é
dos melhores. Mauricio é um dos postulantes ao cargo.
Uma união, que seria impossível com Bandeira à frente, está mais
próxima de acontecer com Wallim Vasconcellos, Rodolfo Landim e Luiz
Eduardo Baptista, o Bap, que teve desavenças pessoais com o atual
presidente, no movimento que terminou por dividir a chapa azul original e
fundou a chapa verde – Wallim ficou em segundo lugar no último pleito,
com Cacau Cotta na terceira posição.
Pracownik disse ao Mundo Rubro-Negro que espera a união das chapas, com
candidato de consenso. Ele admite que não é simples essa união, mas vê
nas conversas em vigor bons sinais de um entendimento.
- Eu vejo as pessoas com essa visão (de união) e essa esperança. Há
passos para serem dados nesse sentido. Ficaram rancores. Mas os rancores
são pessoais. Se um rancor pessoal for mais importante do que o futuro
melhor do clube, nós estaríamos colocando os interesses pessoais acima
do clube. Nós temos que ter essa capacidade de trabalhar pelo bem do
Flamengo e coloca o interesse maior à frente dos sentimentos – afirmou
ao Mundo Rubro-Negro.
Além de Pracownik, Alexandre Wrobel, Pedro Almeida – dois que eram bem
cotados para serem sucessores de Bandeira – e outros cartolas do Fla
mantêm bom relacionamento e conversas com Wallim e companhia. O próprio
Wallim trata a união como possível se o nome tiver o perfil do vice de
finanças ou de Rodolfo Landim, a indicação do seu grupo.
Com relacionamento em diversas correntes na Gávea, Mauricio Gomes de
Mattos costuma dizer que “está preparado para servir ao Flamengo de
porteiro a presidente”. Sem excluir a possibilidade de ser candidato - e
também pregando a união pelo bem do clube -, ele vê nos grupos de apoio
a Bandeira o maior alicerce para a disputa da presidência. Ele cita,
além do SóFla, Sinergia, Fat, Fla Raiz, Fla +, Fla Fut, Ideologia, Nova
Geração, Identidade, Fla Tradição e União Rubro-Negra.
- É cedo para falar em candidatura. Como diz o Angelim, a minha vaidade
é ver o Flamengo vencer. Penso que quem tem que escolher candidato são
os grupos. Deles, vão sair os candidatos. Ninguém é candidato de si
próprio. Se acharem que posso unir e alcançar resultados no Flamengo,
vou estar à disposição – afirmou Gomes de Mattos.
Questionado se espera apoio de Bandeira, o atual vice-presidente do
Flamengo, criador do projeto de Embaixadas e Consulados do clube, diz
que vai procurar todos grupos. Ele prevê definições no calendário
eleitoral entre julho e agosto.
- A conversa vai existir com todos ex-presidentes. Mas, se acontecer de
ser escolhido candidato, gostaria do apoio do Bandeira e de todos
ex-presidentes que sentaram na cadeira mais importante do clube –
concluiu o vice-presidente do Flamengo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário