Não há mais nenhuma garantia de que Reinaldo Rueda vai ficar no
Flamengo em 2018. Apesar do contrato vigente até agosto, a seleção do
Chile se dispôs a pagar a multa em janeiro, quando o técnico se
reapresenta ao clube no Rio e vai definir o seu futuro.
O treinador manteve o silêncio nas últimas 48 horas, o que deixou os
dirigentes rubro-negros irritados e dispostos a colocar na mesa as
opções para o cargo. Paulo Cesar Carpegiani, cotado para coordenador
técnico, pode ser considerado para a vaga de treinador, mas outros nomes
ainda são discutidos. Até Cuca, que sofre rejeição.
Ariel Holan, campeão com o Independiente na Sul-Americana, foi
oferecido, e é uma opção que corre por fora. Mesmo assim, não há nenhuma
negociação, já que Rueda seguia até agora participando do planejamento
para o ano de 2018.
Tudo vai depender do primeiro sinal que Rueda der. Na Colômbia para o
Natal, e recuperando-se de uma cirurgia de hérnia, o treinador havia
sinalizado que se reunira com o presidente da Federação do Chile apenas
para conversar e ouvir sobre o interesse. Mesmo assim, garantiu que não
sairia. Depois das primeiras informações na imprensa chilena sobre um
acordo, ele optou por não se manifestar.
“Continuamos sem receber nenhuma informação sobre o assunto”,
indignou-se um dos cartolas do clube. Outro dirigente tratou o assunto
como “chato”, e não escondeu o desgaste. A verdade é que a situação de
Rueda já não era boa junto a alguns jogadores e comissão técnica. Agora,
mesmo que se mantenha no clube, perdeu pontos com a diretoria.
A jornais chilenos, Carlos Velasco, preparador físico que acompanha
Rueda há 30 anos, foi cauteloso sobre possível saída do Flamengo.
— Sou empregado do Flamengo e devo respeito ao meu clube e ao meu
treinador. Sempre é um reconhecimento ser lembrado para uma seleção
nacional, e mais ainda pelo campeão da América, mas a única pessoa
autorizada a falar disso é o nosso treinador — desconversou Velasco.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello e o vice de futebol Ricardo
Lomba afirmaram publicamente que a situação estava sob controle; no
entanto, os dirigentes já começam a tratar do plano B. Outros
vice-presidentes do Flamengo, completamente alheios ao futebol neste
momento, pressionam o núcleo composto por Lomba, Bandeira e os
executivos Fred Luz e Rodrigo Caetano a terem uma definição.
Enquanto isso, o presidente da Federação de Futebol do Chile, Arturo
Salah, chegou a dar declarações sobre a reunião que teve com Rueda e
demonstrou otimismo, embora tenha citado o Flamengo.
“Ele tem compromisso com o Flamengo, mas está muito agradecido e
privilegiado de ter a possibilidade de que se considere seu nome. Só
falamos de futebol, não de outras coisas. Agora, vamos avançar em outros
temas”, disse o dirigente à imprensa local.
Sem Fred, sem ninguém
Enquanto as informações só vêm do Chile, no Flamengo, o clima, que já
não era bom pelo fim de ano melancólico, sem resultados relevantes,
entra no período entre Natal e Ano Novo com várias incertezas.
Além da situação de Rueda, a confirmação da contratação de Fred pelo
Cruzeiro deixou o Flamengo sem uma opção de centroavante de peso. Com a
redução da pena de Guerrero na Fifa, a tendência agora é que a diretoria
aguarde o julgamento do recurso no Tribunal Arbitral do Esporte (CAS),
em janeiro, para, quem sabe, poder contar com o jogador já na
pré-temporada. Se a pena de seis meses for reduzida para três meses, por
exemplo, o peruano estaria à disposição no começo de fevereiro.
Portanto, apto a defender o clube desde a primeira rodada da
Libertadores, dia 28 de fevereiro, contra o River Plate, no Rio.
Até agora, o clube não anunciou nenhum reforço para a próxima
temporada. E as operações em curso até aqui tinham a ciência de Rueda. A
indefinição pode atrapalhar.
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