Estava
prevista para esta quinta-feira, na Alerj (Assembleia Legislativa do
Rio de Janeiro), a votação de um Projeto de Lei que determina o uso do
recurso do árbitro de vídeo em jogos organizados pela Federação de
Futebol do Rio de Janeiro (Ferj). Antes mesmo de a sessão ser iniciada,
ela acabou adiada. A discussão do PL não demorou nem uma hora. Ainda não
há data definida para a votação.
Foram recebidas 15 emendas de alteração ao texto original do projeto de
lei nº 3377/2017 (o texto na íntegra está no fim da matéria), de
autoria do deputado Samuel Malafaia (DEM). A principal mudança é que o
texto não vai mais ter teor obrigatório e sim autorizativo.
Segundo o integrante da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Luiz
Paulo (PSDB) a Alerj não pode obrigar a Ferj a adotar o uso de árbitro
de vídeo ou qualquer outra medida por se tratar de uma instituição
privada.
- No mérito, a intenção é espetacular porque o árbitro de vídeo
resolveria talvez 75% das demandas, têm algumas que até a TV Globo fica
na dúvida (risos). O projeto estava como determinativa, mas eu poderia
dá-lo transformando o projeto em vez de determinativo em autorizativo
para suscitar a questão para que isso viesse a ser suscitado, mas no
momento que a federação assim o desejasse - afirmou Luiz, torcedor do
Flamengo.
Samuel Malafaia, autor do projeto e botafoguense, disse entender que
considerem seu projeto de lei inconstitucional, porém enxerga que a
presença do árbitro de vídeo no futebol é essencial. Para ele, existem
lances que ou o árbitro realmente não enxerga o ocorrido, ou age de
má-fé.
- É um projeto importante porque poderia ser considerado
inconstitucional por estamos mexendo numa área particular. Mas nós, como
legisladores, temos que organizar o que está desmantelado. Não é
possível que no nosso estado e no Brasil, onde há árbitro eletrônico
para tênis, para vôlei... No futebol, há alguns lances em que, se não é
má-fé, acontecem pela impossibilidade de o juiz olhar naquele momento e
acertar. É normal que o juiz possa ser acionado para ver se foi falta ou
não, se botou a mão ou não, se foi ou pênalti ou não.
O assunto voltou a ganhar as manchetes após o gol de mão de Jô contra o vasco sanitário, pelo Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Marco Polo Del Nero,
presidente da CBF, determinou que o árbitro de vídeo entrasse em vigor
já na rodada seguinte (25ª).
Na última quarta-feira, comentaristas de arbitragem da TV Globo e Marcelo Vianna, diretor de competições da Ferj, mostraram preocupação com a imposição da Alerj. Segundo eles, é um processo que envolve muito dinheiro e não pode ser feito com pressa.
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