Denunciado
pelos incidentes e brigas dentro e fora do Maracanã no primeiro jogo da
final da Copa do Brasil, o Flamengo foi multado pelo Superior Tribunal
de Justiça Desportiva (STJD). Por maioria de votos dos relatores, o
clube terá que pagar o valor de R$ 40 mil reais em decisão baseada nos
termos do artigo 213.
O auditor relator do caso, Rafael Feitosa, votou pela multa de R$40
mil, e foi acompanhado por outros dois auditores (Lucas Asfor Rocha Lima
e Alexandre Magno) do tribunal. O auditor Gustavo Pinheiro, baseado na
Constituição Federal, defendeu que os clubes não têm responsabilidade
pela organização de eventos de grande porte. Com essa sustentação, foi o
único a votar pela absolvição.
Lucas Asfor, por sua vez, ao anunciar o resultado do julgamento,
afirmou discordar de Gustavo e disse que é preciso destacar que os
clubes têm, sim, responsabilidade pela organização dos jogos.
Após o anúncio da decisão, o advogado do Flamengo, Michel Assef Filho,
disse que o clube irá recorrer no pleno e pedir absolvição no caso. Ele
afirma que o clube tomou todas as providências para evitar confusões,
mas que é necessário ajuda do estado.
- Eu vou pedir absolvição, até na esteira do voto do doutor Gustavo
Pinheiro. Esse tema tem que ser levado para o Pleno para se discutir a
eficácia dessas penalidades que insistentemente são aplicadas contra os
clubes. No meu entendimento, não tem eficácia alguma. O clube tomou
todas as previdências que lhe cabia para prevenir e reprimir as
desordens no estádio, mas precisa da ajuda do estado. Ainda mais
considerando que a decisão de banir uma torcida organizada partiu do
judiciário por ação proposta pelo Ministério Público-RJ - disse o
advogado.
A denúncia se baseou no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça
Desportiva. O clube foi enquadrado por infração no artigo 213, inciso I
do CBJD. Antes da decisão, vídeos em que "grades de separação são
derrubados por torcedores" para "invadir o estádio" foram exibidos. A
Procuradoria também pediu a aplicação do parágrafo 1º do artigo pela
segunda infração e invasão de setores do clube, o que poderia resultar
em pena de até perda de 10 mandos de campo. A última hipótese, porém,
foi rechaçada.
Durante a sua apresentação da defesa do clube, Michel Assef Filhou
apontou que o Flamengo colocou seguranças privados, mas que o número de
policiais trabalhando no jogo do Maracanã foi inferior ao previsto.
- Flamengo, desde que essa Torcida Jovem foi banida dos estádios até
2020, encontra dificuldade para dar cumprimento à decisão judicial. O
Flamengo precisa de ajuda do Estado. O Flamengo vem tentando de todas as
maneiras. O número de seguranças é maior que o de policiais (...) O
Gepe disse que seriam 320 homens, mas estiveram 102 - disse Assef, no
tribunal.
No jogo contra o Cruzeiro também houve quebra da grade de proteção
entre os setores Sul e Leste e nova invasão de setores. O uso de
sinalizadores, com paralisação da partida aos 33 minutos do segundo
tempo - registrado na súmula -, também entrou na denúncia da
Procuradoria. Em campo, o jogo terminou empatado em 1 a 1.
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