Ser
promessa de um clube grande como o Flamengo não é mole. Cobrança,
expectativa, mais cobrança, mais expectativa, sonhos, planos... Tudo
isso vira rotina para centenas de garotos. Um destes garotos
rubro-negros é Lincoln, de apenas 16 anos. O centroavante, que já tem
uma Copa São Paulo de Futebol Júnior no "currículo", é mais um a sonhar
com o profissional.
Lincoln sabe, porém, que o caminho não é curto - afinal, já está nessa
faz tempo. Por isso, tem muito bem definido na sua cabeça de adolescente
o que deve fazer para não se perder na caminhada e seguir os passos,
por exemplo, do amigo Vinicius Junior, promovido ao profissional do
Flamengo e vendido ao Real Madrid.
Ainda tímido, como um garoto de apenas 16 anos que está conhecendo um
mundo gigantesco, Lincoln é mais solto em campo e com os companheiros.
No dia a dia, entre os treinos do sub-20, ele às vezes é chamado para
trabalhar com o profissional e tenta aproveitar a proximidade com
jogadores mais experientes para crescer.
– Eles são exemplos. O profissional é o que eu almejo, mas deixo no tempo do técnico e no tempo de Deus que as coisas vão acontecer naturalmente. Quando eu treino lá, tenho bastante liberdade e posso ter a conversa com os jogadores. O Zé Ricardo falava para ficarmos tranquilos que nossa hora vai chegar – disse Lincoln, em entrevista ao GloboEsporte.com.
Enquanto isso, porém, o garoto cresce nas categorias de base do
Flamengo. Apesar da pouca idade, ele já disputou uma Copa São Paulo de
Futebol Júnior (principal competição júnior, para jogadores de até 20
anos) e já treina com a equipe sub-20 do Rubro-Negro. Durante o papo
conosco, Lincoln foi sincero: não acha que fez uma boa Copinha, mas
tentou tirar o máximo possível de experiência.
Tanto que, ainda no começo do ano, foi campeão sul-americano sub-17 com a seleção brasileira, marcando cinco gols.
– Eu evoluí bastante depois da Copa São Paulo. O Sul-Americano foi uma
das melhores competições que eu fiz pela Seleção. Fui muito bem, dei
assistências, fiz gols... Fiquei satisfeito – explicou.
Lincoln sabe, porém, que as experiências entre base e profissional não
são o suficiente. E sua família também sabe. Todo o papo do garoto com o
GloboEsporte.com foi acompanhado de perto pelo pai, Josimar. Mas ele é
bravo? O centroavante garante que não. Garante, também, que é seu amigo e
importantíssimo para que tudo saia como planejado.
– Não é bravo, não. Na hora que tem que ser um pouco, é, mas é bastante tranquilo. Me ajuda muito no dia a dia, conversa comigo, é amigo. É importantíssimo para mim, com tudo - completou, sorridente, olhando para o pai.
O foco de Lincoln agora é o Campeonato Carioca sub-20. O garoto fez o
gol do Flamengo na derrota por 2 a 1 para o Vasco na primeira partida da
final do estadual, na última quarta-feira. O jogo de volta é na próxima
quarta, às 10h, novamente em Bangu. Mas também tem planos para o
restante do ano: o principal é o Mundial sub-17, na Índia - ele foi,
inclusive, convocado para fase de treinos na Inglaterra, já de olho na
competição de outubro.
– Estou muito feliz por mais essa convocação para a seleção brasileira. É
um sentimento de satisfação, uma sensação de que o meu dever vem sendo
cumprido no Flamengo. A convocação é consequência de um bom trabalho no
dia a dia do clube, e estou podendo desempenhar um bom papel, fazendo
gols com a camisa rubro-negra. Sei que o Mundial está chegando, então
vou agarrar mais essa oportunidade com todas as forças e dar o meu
melhor para representar bem o meu país e retribuir a confiança do
treinador.
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