Entre as muitas
contratações que fez para essa temporada, a mais acertada do Flamengo
foi confirmada na noite de segunda-feira e tem nome e sobrenome: Éverton
Ribeiro é jogador que chega para ser titular, diferentemente de Conca,
Berrio e Trauco. Não será difícil para o técnico Zé Ricardo escalá-lo e,
tudo leva a crer, será muito útil para o time nessa temporada.
Por
ser um jogador que tem vaga garantida, Éverton Ribeiro não provocará
muitas discussões. Vê-lo em ação será fácil. O mesmo não acontece com o
argentino Dario Conca. O Flamengo também acertou ao contratá-lo, afinal
talento nunca é demais. Só que aí temos uma outra situação e, dependendo
da forma como for administrada, poderá se transformar em um problema.
A
ação exigirá muita serenidade da diretoria do Flamengo. Apesar das
poucas horas de beira de campo e de escassa vivência em situações
limite, que só o tempo conferirão, Zé Ricardo me parece um profissional
sereno e com ideias claras sobre o que pretende fazer. O bom senso terá
que partir da diretoria do clube. Primeiro ao dar respaldo ao trabalho
do ZR e depois não vergar as pressões muito comuns em grandes clubes e
no Flamengo em especial.
PROFISSIONALISMO
No
último "Bem, Amigos!", Felipe Anderson, jogador da Lazio e cobiçado por
clubes do primeiro escalão do mercado europeu, admitiu que a ida para a
Europa o fez profissional. Se tivesse aqui ficado, palavras dele, não
estaria no estágio em que se encontra. Cobiçado por clubes como
Manchester United, Felipe Anderson mostrou o quanto o profissionalismo
no futebol brasileiro é capenga. Numa conta de várias parcelas, você
pode colocar o paternalismo dos dirigentes, a certeza de impunidade dos
jogadores e a insegurança que margeia o exercício da profissão de
técnico de futebol como determinantes para esse profissionalismo de
creche.
O elogiado Casemiro, quando no São Paulo, não tinha a mesma postura
que hoje apresenta no Real Madri e reflete no futebol exibido. Na
primeira passagem pelo Real Madri desembarcou com a marra que ostentava
no Brasil e demorou a se tocar sobre qual o melhor caminho a seguir. A
luz acendeu no Porto, e o Real então o trouxe de volta.
O futebol
sedimentou a idéia, graças a combinação de paternalismo e amadorismo
dos dirigentes desde as categorias de base, de que o jogador tem mais
direitos do que deveres. A música toca, o baile segue e os exemplos se
acumulam. Vejam o caso do obeso Valter no Atlético Goianiense. Um modelo
100% profissional nem sequer o cogitaria como titular de uma equipe,
especialmente de Série A.
Outro exemplo de falta de
profissionalismo aconteceu no Botafogo. Noves fora a inabilidade da
direção do clube, o comportamento do Sassá ignorou a palavra
profissionalismo. Podemos invocar uma série de agruras que sempre
pautaram a vida do Sassá, nada diferente da maioria dos jogadores em
atividade. Mas a falta de profissionalismo foi premiada com a negociação
para o Cruzeiro. Nada garante que lá, ele será um Sassá diferente.
Afinal, o Sassá daqui se deu bem.
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