O
Flamengo não desistiu da Liga das Américas. Fora da competição após a
suspensão da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) pela Federação
Internacional de Basquete (Fiba), o Rubro-negro aproveitou a
apresentação do americano Hakeem Rollins para anunciar que, caso não
seja incluído no torneio, que começa nesta sexta-feira, dia 20, irá
recorrer judicialmente e buscar todos os prejuízos causados. Além dos
cariocas, o Mogi das Cruzes e o Bauru também estão fora da disputa pelo
mesmo motivo. Quem garantiu a estratégia foi Alexandre Póvoa,
vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo.
- Os clubes
estão sendo punidos pela irresponsabilidade deles (CBB). Estávamos tentando um
acordo, mas estão nos enrolando. Amanhã começa a Liga das Américas. É
uma promessa deles de conseguirmos alguma coisa ter um grupo de
brasileiros ou algo do tipo lá na frente, mas não estou acreditando
nessa história. A grande decepção é a Fiba Américas. O Flamengo
catapultou essa instituição. Parece uma coisa estranha. Não houve
nenhuma ajuda. Soltaram a tabela sem os clubes brasileiros. A LNB deve
soltar uma nota hoje. Vamos soltar uma amanhã explicando tudo. Se não
participarmos, vamos recorrer judicialmente e processar todas as
entidades que nos deixaram fora por causa dos prejuízos financeiros e
esportivos por conta disso - disse Póvoa.
Alexandre Póvoa durante coletiva de imprensa do Flamengo (Foto: Gabriel Fricke)
O dirigente já havia cogitado ir à Justiça na última semana,
mas esperava por uma definição amigável entre a Liga Nacional de
Basquete (LNB) e a Fiba ou Fiba Américas, o que não aconteceu. Póvoa não
se diz contra a suspensão da CBB, mas não aceita que os clubes paguem
por serem filiados à entidade, uma obrigação formal e estatutária, já
que a CBB não gere o Novo Basquete Brasil.
- As razões da suspensão da CBB são
públicas, notórias e conhecidas e só mostram como o sistema de
confederações hoje impede o esporte de andar. Isso em todos os esportes,
e o basquete é só um exemplo. Nada contra a suspensão da CBB, mas tudo
contra o fato. A LNB é um oásis no esporte brasileiro. A
relação com a CBB é formal e tem que ter: jogar campeonatos
internacionais e chamar jogadores para a seleção. No dia a dia, o
contato é zero. De repente você tem o corpo do basquete brasileiro, que é
a CBB e a LNB. A LNB só faz os clubes crescerem, tem parceria com a NBA
e, por causa deles, o basquete tentará ser o segundo esporte brasileiro
em alguns anos. Eles dizem querer o bem do basquete brasileiro, mas vão
acabar com a parte boa desse corpo? - frisou o dirigente.
Por
fim, Póvoa citou que o Flamengo foi campeão do mundo e sediou edições
do Final Four da Liga das Américas, ajudando a Fiba a catapultar a
competição no país. Agora, o Rubro-negro se sente traído.
- Eles sabem o trabalho que é feito
aqui. Nas últimas Ligas das Américas, o Flamengo esteve em final fours,
sediamos uma final de Mundial lotado aqui. Não estou nem falando do
tetra do NBB, porque isso não importa para a Fiba. Fomos o primeiro time
da América Latina a participar da pré-temporada da NBA. O Flamengo foi o
que mais contribuiu para a Fiba Américas crescer. Por causa de um
problema com a CBB, você é alijado da disputa em quadra? Fora a questão
fora de quadra, o trabalho no administrativo, financeiro. Voltamos a ser
um clube cidadão. E aí somos punidos porque outra entidade faz o
contrário do que fazemos. É uma ofensa o que está acontecendo. Tentamos
uma estratégia na Fiba sem sucesso. Não sei se há um objetivo por trás
ou se ligas independentes incomodam. Real Madrid, Barcelona, na Europa,
são separados da Fiba Europa.
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