Há um mês na vice-presidência de marketing do Flamengo, Daniel Orlean
leva planos ambiciosos para o clube. Terceiro a comandar a pasta na
administração Bandeira - José Rodrigo Sabino, sucessor de Bap, deixou o
cargo para ser executivo da Primeira Liga -, o empresário quer a marca
da geração de renda no departamento de marketing muito além da exposição
e dos patrocínios da camisa, que teve queda em 2016, reflexo do
contexto econômico e político do país.
- Temos que pensar além da camisa - disse algumas vezes em entrevista ao GloboEsporte.com no início da semana passada.
Spindel e Orlean esperam aumento de receitas com patrocínios e marketing digital
Spindel e Orlean esperam aumento de receitas com patrocínios e marketing digital
Aos
37 anos, ele tem na trajetória casos de empreendorismo - sua antiga
empresa de educação corporativa começou com três funcionários e foi
vendida com 800 pessoas - e de inovação, o que pretende implantar no
Flamengo. Entre as ideias, aumentar o licenciamento de produtos e
lançamento de sócio-torcedor direcionado diretamente a mulheres, que
hoje respondem a apenas 7% do programa Nação Rubro-Negra.
Ao
lado do gerente de marketing do Flamengo, Bruno Spindel, Orlean apostou
em 2017 bem melhor para as receitas de todo o clube e para
relacionamento com clientes e potenciais patrocinadores.
Confira abaixo trechos da entrevista da dupla.
Dificuldades de patrocínio de camisa?
Não
acho que haja um esgotamento. O que estamos falando é de patrocínio
além da camisa, não no lugar do patrocínio da camisa. Aquele
investimento na camisa pode ser trabalhado com ativações de outras
diversas formas. Só colocar na camisa e não ativar, tem limitação. Estar
na camisa e ativar tem outro poder. Não estando na camisa e ativando
corretamente abre espaço muito grande para mais investidores.
Renova com a Caixa?
No
último trimestre começa-se a falar de orçamento na Caixa. Claro que
entidade pública tem limitações processuais. O que a gente vê é que
estão satisfeitos com o Flamengo. Estamos tranquilos, mas, falando do
ponto de vista em outras ativações, há vários outros parceiros
interessados. É legal poder contar com a Caixa, mas apesar da Caixa ser
patrocinadora master a gente tem várias outras propriedades de
exploração e negociação também.
Cresce patrocínio de camisa para o ano que vem?
O
orçamento para o ano que vem está sendo discutido, não tenho número
para passar ainda. O Flamengo está falando com gama enorme de empresas e
de agências, apresentando as propriedades para o ano que vem, seja na
camisa, seja fora dela. Há marcas digitais, ativações, coisas muito mais
amplas do que só a camisa. O sentimento é de 2017 será bem melhor do
que 2016 para o mercado todo.
Crescimento de redes sociais
Hoje
o Flamengo tem mais de 17 milhões de pessoas nas suas redes sociais. E o
engajamento, com interação, compartilhamento e visualizações, também é o
maior. O vídeo das obras do CT atingiu 120 mil visualizações em dois
dias. Impressionante. Os bastidores da estreia do Diego também foi
demais. Pensamos nesses números com forma de trazer resultados para
nossos patrocinadores.
Sócio torcedor para mulheres
Vamos
desenhar um pacote de sócio torcedor para mulheres e também linhas de
licenciamento maior para o público feminino. Tivemos produtos lançados
para mulheres que esgotaram e que mostram o quanto o público feminino
está interessado na marca.
Internacionalização do Flamengo
Estamos
atrás do título, mas temos confiança de que vamos para a Libertadores.
Estamos conversando constantemente com a Adidas (fornecedora de material
esportivo) para nos ajudar a criar essa relação com o público lá fora,
até de simpatizantes, de entusiastas do Flamengo.
Planos para o Maracanã
O
modelo que entendemos que funciona é o que o clube está envolvido na
administração. No modelo em que o clube é o contratante não é bom nem
para o clube nem para a concessionária, acaba tendo conflito de
interesses. O Flamengo tem que fazer parte da administração, ser
protagonista, não pode estar a mercê de ninguém. Existem parceiros
conosco que estão capacitados para ter esse protagonismo junto com o
Flamengo. A gente precisa que os responsáveis pelo edital tenham isso na
cabeça.
Futebol e entretenimento
Não
estamos fechados com ninguém no Maracanã. O Roberto Medina (empresário e
criador do Rock in Rio) tem histórico grande de entretenimento no
Brasil e no mundo, tem todas competências para estar junto com a gente,
mas hoje não tem nada. O Maracanã é um equipamento de futebol, mas
esporte hoje também é entretenimento. Se for possível casar futebol com
entretenimento, a gente vai ser o primeiro interessado a viabilizar
isso.
Maracanã e estádio próprio?
Estamos
trabalhando com hipótese de administrarmos o Maracanã e sem o Maracanã.
Mas não podemos dar nenhum passo que inviabilize o futuro do clube. Só
vamos fazer o que for calculado e o que for viável. Pode ser viável só
ter o Maracanã, pode ser viável ter só nosso estádio na Gávea ou em
outro local e pode ser viável as duas coisas. Importante para a gestão
atual é o Flamengo ser campeão e ser potência nesse ano, nos próximos
cinco anos, próximos 20 anos e próximos 120 anos.
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