A
surpreendente eliminação da Sul-Americana após derrota por 2 a 1 para o
Palestino, em Cariacica, deu às entrevistas na zona mista do Estádio
Kléber Andrade um clima de velório. Num local onde os 100% de
aproveitamento proporcionavam sorrisos e presença maciça de torcedores,
observou-se expressões fechadas. Sheik era mais um dos abatidos, mas o
camisa 11, mesmo triste, admitiu que individualmente está feliz dentro
do Flamengo. O motivo? Nas duas últimas semanas, entrou duas vezes e
marcou um gol, contra o própria o Palestino. Para que a alegria seja
geral, aponta a solução rápida: vencer o São Paulo, sábado, às 16h, no
Morumbi.
- Estou bem. Vivo um momento especial, me preparei
bem esse tempo que fiquei fora. Acho que as pessoas estão vendo isso. As
poucas oportunidades que tenho tento aproveitar o máximo que posso.
Inclusive durante os treinos. O Zé é um cara que olha muito os treinos.
Sempre que posso mostrar, estou mostrando. A chance que tenho de entrar,
tento dar o melhor. Eu sempre fui um cara de grupo, óbvio que quero
jogar. Mas não tem como tirar algo positivo individualmente de uma
competição em que o clube foi eliminado. Preferia estar de fora ainda
com o clube classificado e tendo mais para frente a
oportunidade. Chateado porque a gente entende que tem um melhor time.
Saímos na
frente nos primeiros 90 minutos. Aqui fomos surpreendidos. Mas o futebol
no
Brasil em menos de 72 horas te dá a oportunidade de construir uma
nova história.
Sobre a derrota, Sheik não viu soberba nem salto alto por parte dos rubro-negros.
-
Uma coisa que o Zé sempre chama atenção é para a gente permanecer com
os pés no chão, focado e concentrado. Há respeito por qualquer equipe
que por ventura a gente enfrente. Eu particularmente não percebi e não
vi isso.
Confira outros tópicos do que disse Emerson Sheik:
Olho no Brasileiro
Hoje
o vestiário ficou triste depois da eliminação. A gente sabe que o
torcedor também ficou chateado. Mas sábado a gente tem que estar inteiro
novamente com a cabeça voltada para o Campeonato Brasileiro. É uma
competição em que a gente tem grandes possibilidades de buscar uma vaga
na Libertadores do próximo ano e seguir na briga pelo título.
Ciente de que perdeu espaço
Eu
venho me cuidando. Treinando muito. Talvez eu seja repetitivo, mas o
grupo é qualificado e tem grandes jogadores. Tive uma lesão e acabei
ficando um pouquinho para trás.
Busca por mais chances
Acredito
que ele esteja olhando e vendo minha dedicação. Acho que todo mundo
está vendo. Isso é importante e me motiva cada vez mais. Não posso
perder a vontade de jogar, né? Quero jogar, assim como todo mundo quer.
Mas a gente precisa respeitar algumas regrinhas, não sei se são regras.
Decisões que precisam ser respeitadas. Assim como os atletas também. Mas
ainda estou buscando espaço.
Consolo da eliminação: mais tempo para descansar
A
diretoria investiu alto na contratação de jogadores e na manutenção da
equipe. Com os jogadores que tem hoje, o Flamengo tem condições de
disputar duas competições. Tanto que o Zé fez as mudanças que entendeu.
Mas, com uma competição a menos, vai ter tempo para treinar e recuperar.
A ideia inicial era permanecer nas duas competições.
Vexame?
Não
acho que foi um vexame, até por conta da entrega. Jogamos contra uma
equipe que entrou em campo com 11 atletas, e esses 11 atletas precisam
ser respeitados. Por trás desses atletas tem um clube que também tem uma
história. Eles também fizeram para merecer. Não vejo como vexame. Foi
parte do esporte. Óbvio que deixa todos tristes. Jogando em casa, diante
da nossa torcida e com o apoio deles, mas é futebol.
Viu o time muito cansado?
Eu
não percebi isso, não. Por conta de ter ficado atrás do placar, o
desgaste é maior naturalmente. Porque, além da corrida contra o tempo,
teria que buscar os gols. Acho que o esforço em excesso acaba fadigando
um pouco mais, mas o time fisicamente está bem. O Daniel (Gonçalves,
preparador físico) vem fazendo um baita trabalho à frente da preparação
física. Acho que não (vê o time desgastado).
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