Posicionamento do Clube de Regatas do Flamengo
Em 9 de maio de 2013, o Governo do Estado
do Rio de Janeiro realizou licitação para a concessão da exploração
comercial do Complexo Maracanã por 35 anos, processo este vencido pelo
consórcio formado por Odebrecht, IMX e AEG. Contrariando uma realidade
mundial, o contrato proposto pelo governo vedava a participação de
clubes de futebol.
Menos de três anos depois, o consórcio
vencedor manifestou interesse em negociar a devolução do contrato de
administração do estádio sob o argumento de que a viabilidade do
empreendimento ficou comprometida após a alteração do projeto inicial e
devido aos altos custos operacionais e vultosas obras previstas no
contrato.
Diante do insucesso do atual modelo de
concessão no Maracanã e das manifestações e tentativas de transferir o
atual contrato de concessão vigente para terceiros, o Clube de Regatas
do Flamengo vem a público declarar que:
- Opõe-se ao modelo atual que veda a
participação dos clubes na administração do estádio, em detrimento de
empresas dissociadas da essência e da história do Maracanã;
- É necessário um novo processo
licitatório, com a participação dos clubes no papel de protagonistas não
só do espetáculo, mas também da gestão, administração, operação e
manutenção do estádio, além da readequação do contrato às alterações do
projeto. São essas as únicas formas legítimas de resolver o impasse que
priva a população de utilizar um equipamento esportivo importante como o
Maracanã;
- O insucesso do consórcio vencedor em
2013 reforça que as condições apresentadas no modelo atual representam
um retrocesso com relação aos modelos mais modernos de gestão,
administração, operação e manutenção de estádios e arenas esportivas;
- Como clube de futebol com a maior
torcida do Brasil, que gera as maiores receitas no Maracanã, manifesta
seu total interesse em participar da necessária e moralmente essencial
nova licitação para a concessão do Maracanã, desde que como protagonista
da correspondente administração;
- Se o modelo atual for mantido, em que o
clube é explorado por concessionário que não gera contrapartidas
compatíveis com os altos valores de aluguéis cobrados, não irá renovar o
contrato de locação para uso do Maracanã, cujo contrato terminará no
final de 2016;
- Não irá celebrar contrato de locação com eventual sucessor do atual Consórcio Maracanã;
- No modelo atual de concessão, sem a
participação na administração dos geradores de conteúdo e receitas,
existe o risco concreto de transformar um dos mais importantes estádios
do mundo num "elefante branco", o que seria lamentável para a imagem do
Rio de Janeiro;
- Espera que o Governo do Estado do Rio
de Janeiro, conhecedor da paixão dos seus torcedores e da importância do
Flamengo no nosso Estado, possa refletir com bom senso em prol de um
novo modelo concessão, justo, inclusivo com os protagonistas de direito e
transparente;
- Acredita que pode seguir a tendência
mundial de buscar o próprio estádio, com o clube gerando valor real aos
seus torcedores e patrocinadores;
- Como clube cidadão, premiado por sua
gestão transparente e reconhecido no mercado como parceiro comercial
digno de confiança, está hoje, ao contrário da época em que a primeira
licitação foi realizada, preparado para assumir a administração do
estádio, atribuindo ainda mais valor econômico e cultural a este ícone
do esporte mundial.
Por fim, torcemos, como em uma final de
campeonato, para que o Maracanã volte a ser o "templo do futebol" com o
espetáculo administrado por quem o produz.
Clube de Regatas do Flamengo
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