A
etiqueta de Jonas na prateleira do mercadão da bola adiantava: jogador
com pegada forte na marcação, precisão nas roubadas de bola e o apelido
de Schweinsteiger do Maranhão, época em que brilhou no Sampaio Corrêa.
Encantado, o Flamengo contratou o volante por quatro anos. Na sua
primeira temporada na Gávea, o marcador adicionou à lista de estilos
algo fora dos planos no clube onde sempre desejou atuar. Por excessos –
ou imprudências –, a fama de violento e maldoso marcou o noticiário do
atleta em 2015. E o piauiense reconheceu: exagerou. Durante uma partida
beneficente com amigos em Teresina, no Piauí, sua terra natal, Jonas
admitiu ter dado entradas acima do limite e reviu alguns dos lances
protagonizados por ele. Contudo, o apoiador disse ter sofrido injustiças
dos árbitros e avaliações pesadas. Mesmo assim, prometeu mais
tranquilidade e desejou um espaço maior no time preparado por Muricy
Ramalho para 2016.
De
olho atento ao vídeo e o jeitão sério, sem espaço para sorrisos, Jonas
analisou o chute no rosto de Gilberto, na semifinal do Campeonato
Carioca, contra o Vasco – o atacante cruz-maltino levou pontos – e a
expulsão no duelo com o Corinthians, na 32ª rodada do Brasileirão.
Máquina mortífera do meio-campo? Jonas disse não.
-
O Flamengo é muito grande. Qualquer coisa, a repercussão é imensa. Quem
me acompanhou, percebeu que muitos lances na temporada foram injustos,
principalmente as expulsões. Diante de tudo, sei que devemos passar por
cima. É olhar para frente, críticas sempre aparecem e nos motivam, assim
como os elogios fazem o profissional crescer – interpretou.
Houve espaço também para mea-culpa e uma análise de uma arbitragem severa.
-
As entradas incomodaram. Analisei e sei que foram fortes. E entrar em
2016 com tranquilidade e experiência. Acredito que o ano serviu de
lição, aprendizado. Agora é entrar focado e buscar títulos no Flamengo. É
esquecer e pensar: novas coisas estão chegando. Foi meu primeiro ano
jogando na Série A. Na época do Sampaio Corrêa, durante a Série B,
entrava forte e o árbitro não apitava faltas desses tipos. É esquecer,
entrar 2016 com mais calma, tranquilidade e almejar algo maior, como
todo jogador, chegar à Seleção - completou.
Entrada de Jonas em Gilberto do Vasco (Foto: Reprodução SporTV)
Aos
24 anos, Jonas jogou em 2015 a Série A pela primeira vez. No
Brasileirão, foram 19 jogos no Rubro-Negro, oito cartões amarelos e duas
expulsões – Coritiba e Corinthians. Na temporada – com Copa do Brasil e
Campeonato Carioca – o volante acumulou 32 partidas, das 67 do Fla em
2015. Titular na época de Vanderlei Luxemburgo e quase sempre nas
escalações de Cristóvão Borges, Jonas acabou no banco durante o período
de Oswaldo de Oliveira à frente do time. Com o fim de temporada apagado,
longe do que imaginava quando assinou com o Flamengo, o jogador espera
uma afirmação no time, agora sob o comando de Muricy. Ou seja, um ano
mais estável.
- Estou confortável no Flamengo, todo mundo
acolheu com o melhor, com carinho. Ter ficado no banco é ter paciência, o
professor (Muricy Ramalho) é um profissional experiente. Tenho certeza
que o ano de 2016 será melhor para o time. Em 2015, o ano foi
conturbado, mas nada melhor do que um dia após o outro e entrar o
próximo ano com grandes metas e objetivos. Vou continuar trabalhando
forte, focado e sempre à disposição.
Nenhum comentário:
Postar um comentário