Revelação
das “canteras” do Independiente, onde chegou aos 14 anos, Federico
Mancuello viveu sua melhor temporada em 2014. Volante com saída de jogo,
atua também mais à frente, como um meia-esquerda. Tem liberdade para
sair para o jogo e muitas vezes é o elemento surpresa que chega de trás
batendo para o gol. O argentino de 26 anos, pretendido pelo Flamengo - e
a cada dia mais próximo de fechar com o Rubro-Negro -, começou a
carreira passando por uma prova de fogo. Em 2013, no rebaixamento,
enfrentou a fúria dos "rojos", que viviam o primeiro rebaixamento, mas
conquistou a torcida em momento complicado. A estreia nos profissionais
foi com apenas 19 anos em 2008. Ele tem contrato com o Independiente até
o fim de 2017. A negociação deve ser sacramentada até o fim da semana.
A
desenvoltura como volante e meia ficaram um pouco escondida num pedaço
do início da carreira. Em 2014, o treinador Jorge Almirón o tirou de vez
da lateral esquerda - onde atuava improvisado - para encontrar seu
espaço no meio de campo. Fez 10 gols no Campeonato Argentino - um deles
olímpico - e conquistou de vez não só a torcida do Independiente. O
treinador da seleção argentina Tata Martino elogiou o capitão dos
"rojos" e o destacou nas convocações antes da Copa América - Mancuello
acabou ficando de fora do selecionado final.
- Seria uma
injustiça não convocá-lo. Hoje ele representa a melhor versão do volante
com chegada em gol - disse Martino em coletiva de imprensa, em março
deste ano.
Mancuello recebe abraço de Lavezzi após fazer gol com a camisa da seleção argentina (Foto: Agência Getty Images)
As
palavras de Martino vieram quase ao mesmo tempo em que Mancuello sofreu
lesão que o afastou do time e fez baixar seu rendimento mais recente. O
experiente jornalista argentino Juan Pablo Méndez, do diário Olé, não
vê um protagonismo imediato do jogador em caso da negociação se
concretizar entre Independiente e Flamengo. Mas elogia o atleta.
-
Foram poucos jogadores que se salvaram pelo Independiente em 2013, no
rebaixamento, e Mancuello foi um deles. Tem ímpeto, participa muito do
jogo, de quase todas as jogadas no Independiente. Tem características
mais ofensivas do que defensivas, chegou a atuar pela esquerda e mais
recuado, mas seu melhor rendimento é ao lado de um volante central,
subindo ao ataque. Não vai chegar como um Tévez e em dois jogos mostrar a
que veio, mas adaptado vai render - comentou Méndez.
O
blogueiro do GloboEsporte.com Renato Zanata Arnos, professor de História
e colunista de site especializado em futebol argentino, comparou a
função de "Mancu", como a torcida o chama, com a de Elias. A diferença, é
claro, que o canhoto argentino avança mais pelo lado esquerdo do campo.
Mas o jogador já atuou mais avançado. No amistoso pela seleção,
substituiu Dí Maria.
- O melhor momento dele foi como "volante
interior", uma espécie de segundo volante. Não sei se a ideia é
colocá-lo, por exemplo, ao lado de um volante mais fixo, barrando o
Canteros. Ou, com a volta do Muricy depois de conhecer o Barcelona,
encaixá-lo num 4-3-3 - com um volante central, Canteros na direita, ele
na esquerda e três atacantes. Mas a função é parecida com a do Elias.
Para ficar no Flamengo, saindo para o jogo como Adílio, com Andrade mais
na proteção - disse o professor de História, que é autor de um livro
sobre "o camisa 8 da Nação".
No 4-3-3, Mancuelo atuaria mais avançado (Foto: Arte)
Num 4-2-3-1, argentino jogaria mais recuado, mas se aproximando dos meias ofensivos e do ataque (Foto: Arte)
Setorista
do Independiente, Fabián Rodríguez acompanha diariamente os treinos da
equipe “roja”. Ele destaca a personalidade do jogador, que virou capitão
do time argentino. Mancuello se tornou dono das bolas paradas
rapidamente no time argentino.
- No fim do contrato em 2014, a
renovação incluía uma multa de saída de US$ 5 milhões. Mas a lesão em
março o atrapalhou. Problemas musculares se repetiam e ele só voltou a
jogar em setembro. Já está recuperado para desenvolver seu futebol. Se a
venda acontecer, Flamengo terá um jogador muito bom, com dotes técnicos
e de liderança, dentro e fora do vestiário. É um exemplo para os jovens
da base a seguir - diz o jornalista argentino.
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