A primeira vez que pisou no ginásio do Flamengo, em 1997, é lembrada com riqueza de detalhes. Jade Barbosa
recorda o que sentiu ao ver os irmãos Daniele e Diego Hypolito
treinando naquele espaço que acabou ganhando um quê de sagrado para ela.
Em 29 de novembro de 2012, um incêndio deixou toda a equipe desnorteada
e sem casa. Cada um foi obrigado a tomar um novo caminho. Nesta
quinta-feira, Jade não escondia a satisfação de ver sua velha casa com
cheiro de nova ser reinaugurada. Numa das paredes, uma placa com seus
nome repousa ao lado das que homenageiam os Hypolito, Sergio Sasaki,
Luisa Parente e mais outros quatro ginastas que representaram o clube em
Mundiais e Olimpíadas.
Ginásio de ginástica do Flamengo é reinaugurado (Foto: Danielle Rocha)
As
obras de recuperação foram um investimento do Comitê Olímpico dos
Estados Unidos (USOC, sigla em inglês) e contaram também com "um
dinheirinho" do Flamengo, como diz o presidente Eduardo Bandeira de
Mello. A Confederação Brasileira de Clubes (CBC) ajudou na compra de
equipamentos que ainda estão para chegar, além dos doados pelo Comitê
Olímpico do Brasil (COB). O local ganhou um sistema de climatização
capaz de diminuir em 10 graus a temperatura ambiente, além de sala de
fisioterapia e outra para técnicos.
- Foram três anos
superlongos. Quando tudo aconteceu a gente ficou muito triste por ser a
nossa segunda casa. E ver tudo de pé de novo, ver que esse ginásio tem
um clima bom não tem alegria maior. Está todo mundo animado. Está tudo
bem feito, tem aparelhagem, está com banheiro... a gente tinha uma
situação difícil aqui. Só em saber que temos nosso canto de volta, não
tem preço - disse Jade.
Equipe de ginástica durante evento no reformulado ginásio (Foto: Danielle Rocha)
Os
cuidados são seguidos por todos. Para preservar o tablado do solo,
plásticos foram colocados para evitar que a água de três pequenas
goteiras pudessem danificá-lo. Assim que a chuva der uma trégua, o
problema será reparado. Logo ali ao lado, Georgette Vidor exibia uma
largo sorriso. Mostrava satisfação por ver de novo o ginásio onde passou
boa parte da carreira "vivo". Ele deverá ser o endereço da equipe
brasileira feminina do Brasil depois que o CT da Arena da Barra for
entregue ao Comitê Organizador dos Jogos, possivelmente em abril. As
conversas estão bem encaminhadas, de acordo com a coordenadora da
seleção.
- Quando esse ginásio pegou fogo a gente não sabia
se ia ser possível resgatá-lo. Ainda bem que na época nós conseguimos o
apoio da prefeitura de Três Rios para que as meninas pudessem treinar
lá. O Flamengo tem metade da seleção. Agora temos ele recuperado,
fresco, e o Rio vai poder continuar formando atletas, o Flamengo é o
maior formador do país. Esse ginásio pronto também nos dá tranquilidade
para ter essa casa para treinar quando sairmos do CT. É provável. A
negociação entre Federação Internacional (FIG), Comitê Olímpico
Internacional (COI) e Comitê Rio 2016 está bem encaminhada. Acredito que
levará mais uma semana - afirmou Georgette, que agora dá nome à sala de
força do clube.
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