A
exemplo do que se observa em religiões, os rubro-negros têm o hábito de
eleger seus deuses, anjos e vilões. Hinos de louvor não faltam, e
determinadas características são tidas como mandamentos. Outras têm
tratamento de pecados. Com 120 anos de história e uma torcida fanática, o
Rubro-Negro escolheu "A Bíblia do Flamengo", do português Luís Miguel
Pereira, como livro oficial deste aniversário. E a obra será lançada em
festa no Salão Nobre da Gávea, neste sábado. O autor não esconde o
orgulho pela chancela dada à obra por parte do clube e, de acordo, com o
próprio, o fato de ser estrangeiro reforça esse sentimento.
-
Fiquei muito honrado ao saber que o Flamengo escolheu esse livro como o
oficial dos seus 120 anos. Afinal de contas, sou estrangeiro. Não me
sinto como um quando venho ao Brasil, mas sou estrangeiro. Foi feito com
muito carinho e paixão, assim como o Zico jogava. Por isso acho que os
torcedores vão gostar muito. O Zico, além do talento, jogava com muito
amor e paixão - insistiu o jornalista Luís Miguel, que é chefe de
redação da emissora lusitana SPORT TV.
A analogia com o
futebol de Zico empregada para ilustrar o quão cuidadoso foi com a obra
tem uma razão óbvia: o Galinho de Quintino é o protagonista absoluto na
transformação do pequeno Luís, no fim dos anos 70, em um rubro-negro
apaixonado. Fotos do eterno Camisa 10 da Gávea encadernavam os livros e
os blocos do jornalista na infância.
- Mais óbvio seria me
interessar pelo vasco, mas desde criança o Flamengo me proporciona um
fascínio muito grande. O Zico foi o grande culpado da minha paixão. A
revista francesa chamada Onze (Mondial), uma revista muito bem feita e
muito bem cuidada, era composta por muitas fotografias. Ela trazia
muitas fotos do Flamengo do período áureo. Eu recortava as fotos, colava
nas capas dos meus cadernos e levava o Zico comigo para o colégio.
E
de Zico, é claro, também veio a principal inspiração para escrever "A
Bíblia do Flamengo", que chega a sua terceira edição. De acordo com Luís
Miguel, a que será lançada neste sábado, porém, está muito melhorada
graficamente e com novas informações. "É praticamente um outro livro,
muito diferente", define o autor.
- Quando comecei a escrever
livros de futebol, pensei: "Tenho que dar um jeito de escrever um livro
que me leve ao Zico". Escrevi o livro, o Zico fez o prefácio e realizou
meu sonho de criança. O Flamengo de hoje é totalmente diferente dos
tempos áureos e isso me deixa muito triste, mas o fascínio que tenho
ainda é muito grande. É aquela camisa rubro-negra, que me causa um apelo
muito grande - encerrou Luís, que acompanha o Flamengo de Portugal pela
Globo Internacional e via internet.
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