O
clima de “Feliz 2016” já é realidade no Flamengo. Apesar do discurso de
que, matematicamente, ainda é possível sonhar com G-4, a diretoria
intensifica os planos de reformulação do elenco, considerado com um
perfil distante das tradições do clube, de raça e liderança.
Assim,
a famosa barca deve ficar mais tripulada do que o previsto no meio do
ano, mas sem um eterno recomeço, com terra arrasada e dispensa de
atletas. Se antes da queda de rendimento no Brasileiro a expectativa era
de apenas três a cinco jogadores fora dos planos - entre eles Armero,
Almir, Pará, Ayrton e Marcelo - os nomes podem se multiplicar, com a
diretoria disposta a negociar Paulinho, Marcelo Cirino, Gabriel - todos
com contrato longo - e emprestar outros tantos.
As
definições foram novamente debatidas ontem em reunião da comissão
técnica com a diretoria no Ninho do Urubu. Participaram Rodrigo Caetano,
Fred Luz, Fernando Gonçalves e o técnico Oswaldo de Oliveira. Os
jogadores e seus representantes devem ser comunicados já nos próximas
dias, mas hoje a conversa será em outro tom, de que é preciso respeito
ao clube no fim da temporada, a começar pelo jogo com o Corinthians
domingo.
Os planos para renovação de Alan Patrick, Márcio Araújo e
Emerson Sheik continuam, mas sem ceder a agrados financeiros. Reforços
ganham força na pauta com a preocupação de elenco repaginado,
especialmente no meio-campo e na defesa.
Internamente, a cobrança
ao time pelo recente retrospecto — cinco derrotas em seis jogos —
acontece sem pirotecnia. O entendimento é de que não adianta colocar a
culpa apenas nos jogadores, visto que isso geraria um comportamento
ainda pior na reta final de Brasileiro.
Por outro lado, a pressão
e a interferência dos dirigentes amadores no futebol é crescente.
Especialmente dos vice-presidentes Flavio Godinho e Plínio Serpa Pinto,
que estão sempre dando pitacos e geram desconforto ao extrapolarem a
pasta do vice de futebol Gerson Biscotto.
Outro
que tem causado irritação é o vice de comunicação Antonio Tabet, que
resolveu fazer graça com as redes sociais do clube desde que assumiu, ao
provocar adversários durante a boa fase, e sua presença no vestiário
junto ao presidente Eduardo Bandeira de Mello não é bem vista pelos
jogadores.
O papel do consultor Fernando Gonçalves, contratado
com funções de psicólogo, também está em xeque, pois pouco aparece em
momentos de crise e de mau comportamento do time.
O técnico
Oswaldo de Oliveira, por sua vez, tem boa avaliação da diretoria, mas
perdeu a mão do time e precisa retomar o controle. Os que o questionam
não entendem porque a defesa, vulnerável, não ganha o reforço do volante
Jonas, que não joga há mais de um mês uma partida oficial. O raçudo
defensor pode ter chance no lugar de Canteros, que foi vaiado no último
domingo contra o Internacional.
Sem lesão constatada, o zagueiro
Wallace voltará a treinar essa semana. Mais do que um capitão, o
Flamengo precisa definir um rumo e seguir até o fim.
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