O diretor-executivo da Sul-Minas-Rio, Alexandre Kalil, soltou o verbo ao saber da convocação pela CBF das federações para uma assembleia administrativa no dia 27
com objetivo de votar a filiação da liga. Irônico, Kalil afirmou que o
resultado da votação "não interessa", qualificou a convocação como "mais
uma armação" e atribuiu a mudança de posição da CBF à pressão exercida
por Rubens Lopes, presidente da Federação de Futebol do Rio (Ferj). Na
última sexta-feira, Lopes enviou ao presidente da CBF, Marco Polo del
Nero, um ofício argumentando sua tese de que a liga é ilegal.
-
Nós ignoramos essa assembleia, o que ela decidir não nos interessa.
Achamos que é mais uma armação. Essa assembleia é à revelia da liga, a
liga não quer assembleia, não se interessa por assembleia e o resultado
dessa assembleia não interessa à liga - disse Kalil, por telefone, ao
blog.
Questionado sobre como foi o encontro que causou a
reviravolta no caso, visto que a própria CBF dava indícios de que seria
favorável à liga, Kalil disparou:
- Não teve reunião, fizeram,
prometeram tudo, pediram para levar a tabela, aí o presidente da
Federação Carioca bateu o pé lá, sai todo mundo correndo, devem ter rabo
preso, entraram todos para debaixo da cama. Os gravatinhas de rabo
preso correram todos para debaixo da cama.
Sobre a presença de Lopes na sala, contou:
- Não, estava escondido dentro de outra sala. Não teve coragem de olhar pro meu rosto não.
Instado a descrever como foi a discussão, Kalil não amenizou o tom:
-
Não, vou discutir com quem? Com quem está encastelado de gravata hermès
lá no terceiro andar? Vou discutir futebol com quem paga folha, com
quem não pode andar na rua quando o time perde. Esse é que manda no
futebol, que conhece futebol. A turma da gravata hermès não conhece,
não.
Feldman diz que Kalil dá "dimensão política" ao tema
Secretário-geral
da CBF, Walter Feldman rebateu Kalil. Disse que a entidade não concorda
com a Ferj sobre o tema e que o diretor-executivo da Sul-Minas-Rio está
dando uma "dimensão política" à questão:
- O Rubinho hoje é uma
pessoa muito crítica à CBF. Ele discorda do modelo de negociação. Ele é
contra a Sul-Minas-Rio. Não temos uma relação de acordo com o Rubinho
sobre esse tema, muito pelo contrário. Ele (Kalil) foi muito agressivo
em relação à Ferj. Na verdade, o tratamento que o Kalil tem dado a essa
questão cria desinteligência. Passa para acusações, críticas que
extrapolam o campo da decisão administrativa. Não vamos entrar. Para nós
é uma questão técnica e financeira, o Kalil está dando uma dimensão
política, ele admitiu.
Feldman disse ainda que Del Nero "tem toda
a simpatia" pela liga, mas que decidiu acatar a representação enviada
na sexta-feira pela presidência da Ferj:
- O presidente Marco
Polo por três vezes disse que tem toda a simpatia pela liga e pela Copa
Sul-Minas-Rio, contanto que se enquadre no calendário, no respeito aos
atletas e que tenha os parâmetros que regem o futebol brasileiro e
mundial, ou não tem como oficializar. Não vamos entrar nesse diálogo
desinteligente. Ele manifesta uma participação da Ferj que não é
verdadeira. A única questão que tivemos com a Ferj foi a representação
no sentido de que a CBF não deveria tomar a decisão sem a assembleia.
Acatamos essa interpelação e estamos convocando a assembleia.
Rubens Lopes diz que não estava na CBF
Também em resposta a Kalil, o presidente da Ferj, Rubens Lopes, respondeu, através de assessoria:
-
Eu não estava na CBF na ocasião da visita dele. Por conseguinte, este
senhor, que não conheço, deve estar com sérios problemas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário